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Quanto ganha Sabella para comandar o banco da Seleção Argentina?

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Pachorra Sabella. Comandante do banco de uma das melhores seleções que desembarcam no Brasil para a Copa do Mundo. E quanto ganha o menino? Quase nada, ao menos para o padrão do que se paga atualmente para um técnico de ponta. Não estou pontuando que é pouco. Ponderando, contudo, que chega a ser assustador. Vejamos um pouco a respeito.

32 seleções e o mesmo número daqueles que, em muitos casos, funcionam como uma espécie de mal necessário no futebol, os técnicos. Aqui no Brasil, nos acostumamos com comandantes do banco que recebem milhões. Terra irrefletida na qual gente da naipe de um Muricy leva quase um milhão de reais todo mês. Lugar em que gente como Mano ou Celso Roth ganha mixaria, quando assina com um clube por menos de 400 mil reais. Disto decorre, porém, nossa impressão de que no mundo todo é assim. Não é, embora mal humorados, como Mourinho, embolsem fortunas ainda maiores do que as dos professores daqui.

Sabella ganha 10 vezes menos do que Fabio Capello, técnico da Rússia. Enquanto, o italiano percebe 11,25 milhões de dólares por ano, o Pachorra embolsa “apenas” 822.685. A conta pode não fechar, se considerarmos o trabalho de restruturação que Sabella tem feito na Albiceleste. Porém, com ponderações à parte, convém dizermos que não é pouca grana. Mas o Pachorra ficaria irritado com nossas palavras e alegaria: “que coisa absurda, veja só o que ganham eles dois”. Claro que ele estaria se referindo a Pekerman e Sampaoli, os dois outros argentinos que sentam no banco de duas outras seleções nacionais e que estão no Brasil.

O comandante cafetero está em 15º com 1,680, enquanto o chefão do banco do Chile está no 14º posto, com 1,846. Desnecessário dizer que se trata do “suado” soldo anual. Muito menos de que a moeda, no caso, é a mesma que paga o salário de Obama. “E além disso – continuaria o Pachorra indignado e infeliz – até mesmo do Tabárez eu perco”. Sua alegação ganha relevo quando percebemos que a percepção salarial do Maestro é de 1,260 mil dólares.

Mas em defesa dos baixos salários, lembramos ao Pachorra que o salário de Capello é indecente, se compararmos à “mixaria” do segundo e terceiro colocados. Roy Hodgson aposta na renovação da esquadra inglesa e a Federação apostou nele bem alto, embora receba pouquíssimo se comparado com a grana do primeiro colocado. O moço leva pra casa 5.876.325 dólares. Já Cesare Prandelli, nada menos do que ele, precisamente 4.365.270. E Felipão, quanto ganha? O moço resolveu ser o chefe da “família Scolari” por nada menos que 3,98 milhões. Isto faz dele o 4º colocado na disputa.

Sabella continuaria revoltado até o momento em que a realidade do comandante do banco do México lhe revelasse a “miséria”. Miguel Herrera é o último colocado com “somente” 218 mil dólares por ano. Isto sim é miséria, Sabella. Contudo, como o técnico argentino não é de todo incoerente, ele seguiria caladinho e muito feliz com o que ganha.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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