Primeira Divisão

River vence Estudiantes e mantém liderança

Trezegol volta a comemorar pelo Millo

Na última partida da noite, pelo Torneio Final, o River não deu mole para o Estudiantes e venceu por 1×0. Trezeguet foi o nome do gol, ainda na primeira etapa. Vitória sem sustos e tranquila do Millo. Resultado que mantém a equipe de Díaz na ponta da competição. Um pouco mais cedo, mais duas partidas: no Sul, o Quilmes venceu o All Boys por 2×1; enquanto em Rosário, o Lanús fez um contundente 3×0 sobre o Newell’s e também se manteve na liderança da competição.

Nada de sustos na torcida, assim como tem acontecido desde que o Millo retornou à elite argentina. Assim tem sido o River no início de 2013. E foi com esse espírito que o conjunto local recebeu o Estudiantes, no Monumental. E com uma rara ocupação de espaços, quase não permitia ao Pincha que saísse para o jogo, no início. E se a equipe não levava sustos na defesa, tinha um ótimo Lanzini no meio e um perigosíssimo Rodrigo Mora, no ataque. E foi do uruguaio uma cabeceada potente que quase abriu o marcador para o River. A pelota não foi parar dentro das redes, mas o recado ficou: o gol parecia uma questão de tempo. Aconteceu.

Aos 31 minutos, Trezeguet se aproveitou de uma falha de marcação de Desábato e não perdoou. Arrematou com força e estilo e colocou a pelota no arco do porteiro pincharrata: 1×0. Tão grande foi o domínio do River que o Estudiantes logo se viu presa não só do domínio millonario mas também de seus próprios nervos. Aos 13 minutos, La Gata Fernández, Braña e Durvan Zapata já haviam levado o cartão amarelo. De maneira que o placar parcial ficou de bom tamanho para o Pincha. Só o River jogou futebol.

A segunda etapa não foi diferente por parte do Pincha. Com uma disposição tática configurada para a marcação, pareceu excessivo aos visitantes que saíssem para o enfrentamento com o meio-campo e defesa do River. De forma que a equipe parecia estar vencendo em Núñez e, por esta razão, não tinha nada a fazer no ataque.

A coisa só não ficou pior porque o River perdeu rendimento na segunda etapa. Natural até, após o profundo domínio imposto ao rival nos primeiros 45 minutos. Bom para a torcida que o time retinha bem a bola. Bom que a tocava e encantava até sem dar muito mole para o rival. Melhor seria contudo que o conjunto local mantivesse a mesma disposição ofensiva.

Em parte, o rendimento caiu porque Lanzini parou de produzir no meio-campo. Em parte, porque Ramón Díaz não se deu conta, mais cedo, da necessidade de uma possível alteração. E o jogo foi ficando besta. Chato e sem-graça. Porém, vale dizer que embora o rival fosse inexpressivo na primeira etapa, a defensiva millonaria havia deixado claros e sinalizava problemas de preenchimento de espaços. Com o placar favorável, Díaz tratou de priorizar a marcação, compensando o mal posicionamento e nível técnico de alguns com um maior povoamento do setor defensivo.

Só que o recuo millonario fez o Pincha acordar. O conjunto de La Plata passou a jogar um pouco mais no campo do River e até levou algum perigo à meta de Barovero. Só que não foi suficiente. Deu River. Com a vitória, o Millo se mantém na liderança do Torneio Final e empolga e enche sua torcida de esperanças.

Outros resultados do domingo:

Quilmes 2×1 All Boys

No Sul de Buenos Aires, o Quilmes sofreu misérias para vencer o Albo por 2×1. Abriu 2×0 com Juan Manuel Cobo, aos sete minutos iniciais e ampliou com um golaço de Jacobo Massilla, aos 15 da etapa final. Aos 37, Oscar Ahumada descontou para o Albo, que nos minutos finais colocou pressão sobre o conjunto local. Com a vitória, o Cervecero passou o Unión e deixou o posto de último colocado nos promédios.

Newell’s Old Boys 0x3 Lanús

No Coloso Marcelo Bielsa, em Rosário, o Newell’s foi surpreendido pelo articulado, rápido e moderno futebol do Granate. E o resultado foi um contundente 3×0. Pior para os torcedores locais não foi isto. Foi a sensação de que a Lepra poderia ter perdido de muito mais. O primeiro gol saiu logo aos 14 minutos, com Silvio Romero. Antes disso, o Granate já havia chegado com perigo à meta de Peratta.

Após o gol, até que o Newell’s conseguiu se encontrar em campo e tirar do Granate o refinado toque de bola. Só que a Lepra esperava muito de Scocco, que não esteve em boa jornada. Sem precisão no ataque, o Newell’s deixava espaços que o visitante soube ocupar. Aos 41, Cárceres marca contra e aumenta para o conjunto do Sul da Grande Buenos Aires: 2×0.

Na segunda etapa, o Lanús retomou o domínio da partida graças a Guido Pizarro, Diego González e Ayala. Pizarro começou a carimbar todas as bolas no meio, executando marcação e articulação ao mesmo tempo. Logo aos 3 minutos, o uruguaio Regueiro, de pênalti, fechou o caixão dos rubronegros de Rosário. O Laúns é o líder do Torneio Final, ao lado do River, e parece sobrar na competição.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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