Primeira Divisão

Sob tempestade de Santa Fe, Rafaela vence Vélez

albertengo e vera

Tempestade danada e ninguém imaginava que teria futebol. Então a chuva acabou. Jogadores entraram na cancha e a encontraram coberta de lama. Sinal de que o jogo seria ruim? Mero engano. Foi um belo jogo. Ao menos para o Rafaela, já que para o Vélez foi um pesadelo daqueles. Mas quem sofreu mesmo foi Cubero. Falhou feio nos dois primeiros gols de La Crema. No fim, Rafaela ficou com 3 e fortineros com um. E a liderança do Torneio Final não foi para Liniers. Quem agradece é o Colón, que segue na ponta.

Jogo que é bom não ia ter. Uma tempestade assolou Santa Fe e se concentrou justamente sobre a cancha de La Crema. Aquele aguacero; ninguém na arquibancada e até peixe, dizem, era visto na piscina de “El Nuevo Monumental”. Foi então que a chuva parou. Assim do nada. Como se estivesse apenas desejando que o futebol fosse jogado. Todo mundo ficou feliz. Menos Cubero.

O defensor velezino se encontrou com um verdadeiro pesadelo na noite chuvosa de Santa Fe. Falhou coisa grande no jogo. Fez feio e fez a tristeza da hinchada fortinera. E fez a felicidade da hinchada sabalera. Líder da competição, o Colón tinha de tudo para perder ponta da tabela para o conjunto de Turu. E isto foi visto já dede os primeiros instantes, quando o Rafaela foi para cima do Vélez disposto a levar a melhor sobre o visitante.

A pressão era grande e parecia demasiada. Albertengo e Vera faziam o inferno na defesa fortinera. Aos 14 minutos, Vera levou a pelota pelo flanco esquerdo do campo. Fez ótima jogada e cruzou à meia altura para o craque cremoso guardar: 1×0 Rafaela. Não deveria ter sido assim. Um chutão saira do campo de defesa de Conde. Pelota tinha como endereço os pés de Vera, mas se deparou com Cubero. Então, o defensor fortinero foi devolver o chutão. A pelota passou por sob suas pernas e encontrou o atacante local. Bastou um toque certeiro para Albertengo. Jodada bizarra do ótimo Cubero.

Foi então que o Vélez conseguiu jogar um pouquinho. Colocou a pelota no chão e praticou a posse de bola tranquila, com passes curtos e com boa aproximação de seus homens de meio-campo. Praticava um ataque aqui outro lá. Parecia que tava se encontrando. Arriscava soltar seus homens de contenção até o balão do meio-campo. Contudo, se esqueceu de avisar a Cubero que ele precisava dar conta da infernal dupla Vera/Albertengo. Disperso no jogo, ele não foi páreo para mais um ótima jogada de La Crema.

Lançamento rápido e longo de Conde encontrou Vera que não deu muita atenção para a dificuldade de matar a pelota. Tiro certeiro no arco de Sosa: 2×0 Rafaela, aos 37 minutos. Na jogada, ele praticamente recebe uma assistência de Cubero, que raspa na pelota e a manda para trás, onde estava o atacante charrúa. Depois disso, o Rafaela teve mais duas boas chances de ampliar. Então já era possível fazer uma leitura das feições de Turu Flores. Elas diziam que seu sonho era apenas um só: que Néstor Pitana colocasse fim na primeira etapa. O que aconteceu alguns minutos depois.

Segundo tempo começou parecido com o primeiro. Rafaela no sufoco e Vélez tentando se salvar. Só que logo o Fortín conseguiu igualar. Nas ações ofensivas, embora isto não tenha sido o suficiente para o empate. As duas equipes resolveram jogar e o cotejo foi ótimo. Chances para lá e para cá. Pratto era o cara mais perto de abrir a meta de Conde. Nani também. Romero, um pouco. Mas nada de gol. Enquanto isso, La Crema já não se preocupava tanto em ser o dono do campo encharcado. Deu ele todinho para o rival e apostou nos contragolpes.

E se Conde foi um dos heróis do Rafaela, o brilho maior estava nos olhos de Sosa. Ele não acreditava em tantas chances de gols criadas pelo ataque de La Crema. Uma jogada mais bonita que a outra. Maioria delas de contra-ataques. Num deles, aos 34 minutos, a pelota chegou para Fede González. Ele a levou numa boa até que Sosa saiu para frustrá-lo. González deu uma de gênio e fez um golaço: 3×0 La Crema.

Depois disso, o Vélez precisava de um gol. Time de Turu não jogou mal na segunda etapa e merecia uma sorte melhor. Assim foi que aos 46 minutos, Lucas Pratto foi o nome do gol. Gol de honra, por certo. Mas de uma honra inquestionável. Fim de jogo mostrou mostrou 3×1, mas bem que poderia ter sido um 3×3 ou 4×3 para La Crema. Com o resultado, o conjunto de Liniers não chega à liderança do Torneio Final. A ponta segue com o “fogo-de-palha” Colon, o surpreendente Sabalero de Santa Fe.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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