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Bochini: o maior jogador da história do Independiente faz 60 anos

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Bola no pé, cabeça erguida: Bochini tinha classe e deixava o cabelo em segundo plano

Hoje, Ricardo Enrique Bochini faz seu 60º giro no sol. Um dos maiores craques da história, é menos conhecido externamente do que deveria, embora campeão na Copa 1986. Assim como no especial de Doval (clique aqui), este não contará exatamente a trajetória de El Bocha: também já a espremi bastante na Wikipédia. Mas sempre haverá estórias novas do maior jogador e maior campeão da história do Independiente, único clube que defendeu. Se o mundo conhece Maradona como torcedor do Boca, poucos sabem que antes ele se dizia do Independiente, tendo Bochini como ídolo.

Se o Independiente é tão vencedor (só Real Madrid e o onipotente Al-Ahly têm mais continentais), muito se deve ao Bocha. Antes dele, a equipe tivera 11 taças. Durante, 13. Depois, só 5. Aliás, é o rojo que mais jogou a Libertadores, 62 vezes; o mais longevo, 19 anos e 714 jogos; e maior campeão, com os 13 troféus. Trajetória que poderia ter sido abortada bem antes de começar. Em sua Zárate natal, passou por Estrella del Norte e Estrada até chegar em um dos principais times locais, o Belgrano, onde com 13 anos foi admitido no nono time. Um ano depois, já estava no principal, mas…

“Eu não queria ir. Tinha medo do público, me dava vergonha se chegava a jogar mal diante da gente”. A estreia? O Belgrano perdia por 2-0 e Bochini saiu do banco para, com quatro assistências, carregar uma virada para 6-2. Logo foi chamado para a seleção de Zárate e o Villa Dálmine da cidade próxima de Campana, quis contratá-lo. O negócio não ocorreu porque se este clube recusou um pedido de arrumar emprego para o garoto e seu pai. Se dependesse do coração, Bochini teria jogado no San Lorenzo.

Tinha 15 anos quando tentou no clube do Papa. Um técnico juvenil dizia que só testava garotos de até 14, e outro, que só observava os de pelo menos 16. O contato com o Independiente foi intermediado por Miguel Giachello (que em 1971 fez três na maior goleada da história do time, 11-1 no Platense), também natural de Zárate. Ainda na base, Bochini “estreou” na principal revista esportiva argentina, a El Gráfico, em 1970: saiu uma ficha com seus nomes, dados e a legenda “lembrem-se dele”.

Bochini ganhou 5 Libertadores, mas a rigor foi titular “só” nos últimos 3 títulos: a estreia profissional veio em 1972, mas já após o torneio, não sendo usado na campanha. A taça fez com que muitos colegas fossem levados pela seleção para disputar no Brasil a Taça Independência. “A seleção havia convocado Pastoriza, Raimondo, Semenewicz e Santoro. Por isso, o técnico me levou ao banco. No dia anterior, havia jogado no quarto time.” Foi contra o River, no Monumental, derrota de 1-0 que não lhe deixou de ser promissora: “fiz um parte de coisas interessantes e me dei conta de que podia estar”.

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Mario Rodríguez, herói da primeira Libertadores; ele; Sastre, grande ídolo também no São Paulo; Seoane, dos anos 20; e Grillo. Entre tantos camisas 10 do Independiente, se sobressaiu

O contato com Giachello valeria ouro, literalmente. A primeira vez de Bochini na Libertadores foi justo na final de 1973. Ele e Giachello vieram do banco e, na prorrogação, o novato, que entrou no lugar do herói do título de 1972 (Maglioni), fez a jogada cujo rebote sobrou livre para Giacho marcar o gol do título. Mas a principal parceria, desde um torneio em Cannes pela seleção juvenil em 1972, seria com Daniel Bertoni (autor do último gol da vitoriosa Copa 1978), cuja família até lhe abrigara.

Especial – 40 anos da 2ª parte do tetra do Independiente

Hoje na B, há 40 anos o Independiente era campeão mundial

40 anos da 3ª parte do tetra do Independiente na Libertadores – sobre o São Paulo

40 anos do tetra seguido do Independiente na Libertadores

A dupla com Bertoni teria seu ponto mais alto ainda em 1973, quando uma tabela entre eles resultou no gol do título da Intercontinental sobre a Juventus dentro da Itália. O time jamais havia sido campeão mundial e já estava na quarta tentativa. Sequer fizera gols nos jogos fora de casa. Bochini marcou, mas o mais comum era que ele municiasse os tiros de Bertoni. “Como o melhor que faço é driblar, trato de tirar para mim um ou dois homens de cima, para abrir a defesa contrária. E depois, instintivamente, busco Bertoni e corro para esperar a devolução, porque sei que chega”.

Aquele 1973, ano em que estreou na seleção e onde a El Gráfico lhe elegeu como a maior revelação teve como campeão argentino, o Huracán tinha um celebrado elenco de belo futebol, eleito pelo Olé o melhor time do século XX no país ao lado da famosa La Máquina do River dos anos 40. Bochini teve embates interessantes contra o tradicional rival do seu San Lorenzo: naquele mesmo campeonato, em vitória adversária por 2-1, o oponente Carlos Babington disse que “esse pibe Bochini foi quem mais nos complicou. É um jogadoraço”. Isso ainda antes da Intercontinental. Um ano depois, eles se reencontraram nas semis da Libertadores. Fora de casa, o Independiente arrancou um 1-1 com gol dele.

Já em Avellaneda, suas diabruras de renderam a expulsão do xerife Alfio Basile: “para de jogar assim, neném”. “Me deu um chute bárbaro. Me deu de tudo. Eles tinham um timaço e nós ganhamos por 3-0”. A final foi contra o São Paulo e o garoto novamente brilhou: fez um dos gols do 3º título seguido na Libertadores. Também foi campeão sobre o Grêmio em 1984 (foi de passe dele o gol de Burruchaga), mas prefere o Cruzeiro: os 3-0 sobre a Raposa nas semifinais de 1975 fez, segundo ele, essa ser a campanha que mais desfrutou. Aos 21 anos, idade em que prestou o serviço militar obrigatório (“tinha um sargento do Racing que me deixava louco”) já era tetra – seguido – na Libertadores.

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No dérbi em que fez 3 no Racing; com Valencia, que lhe “roubou” lugar na Copa 1978; e ainda letal, em 1990

Já o gol que mais gosta no torneio veio sobre o Peñarol em 1976: “1-0 em Montevidéu. Passei por uns 7 jogadores e quando saiu o goleiro, toquei no canto”. Mas quem mais sofreu com ele, sem dúvidas, foi o Racing. Não só por tudo o que El Bocha fez o Independiente conseguir, mas também no dérbi. O rival foi justamente o time em que ele mais marcou: 9 gols. O primeiro foi também o primeiro de sua carreira, ainda que em uma derrota por 1-2. Foi sobre o mítico Ubaldo Fillol.

Mas, principalmente: o Racing foi o único adversário em que chegou a marcar 3 em um só jogo. Foi um dos quatro que conseguiram isso. Ernesto Grillo, herói da primeira vitória sobre a seleção inglesa no jogo em que a Argentina usou os cinco atacantes do Independiente (clique aqui), ídolo também no Milan e com quem chegou a ser comparado na final da Libertadores 1973, foi outro. O hat trick de Bochini foi em um 4-1 em 1974, precisamente no dérbi em que o Rojo ultrapassou o Blanquiceleste em vitórias no clássico, abrindo uma série de nocautes: os três seguintes foram dois 5-1 e, com dois dele, outro 4-1. Ganhou 15 vezes, empatou 13 e perdeu 8. Mas, mais que odiado, era respeitado: “nunca gozei nem zombei de ninguém. Eu jogava para que o Independiente ganhasse e nada mais”. Um irmão seu chegou a jogar nos juvenis do rival, e um racinguista desenhou o site oficial do craque.

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Especial – 35 anos da mais épica final argentina

Nunca bateu um pênalti, só em decisões por penais: “gritar um gol de pênalti é uma estupidez”, disse o maestro, cuja maior alegria no futebol veio justamente em um aniversário: em 25 de janeiro de 1978, com o Independiente com oito em campo em épica final contra o Talleres em Córdoba, ele marcou o gol do título nacional a minutos do fim. Apesar disso, não foi à Copa 1978: “a vaga eu perdi sozinho, por falta de continuidade e porque nesse momento não estava bem fisicamente, mas até o último momento acreditei que me chamariam”. Dentre outros camisas 10, Menotti preferiu justamente o do Talleres, José Valencia. “Formei parte do processo prévio ao mundial 1978 e fiquei de fora. Era meu sonho”.

Já as chances de ir à de 1982 se acabaram com uma lesão contra o goleiro do Unión San Vicente. “Fiz uma tabela com Brailovsky (que defendeu Argentina, Uruguai e Israel), quis passar por cima e se atirou com as duas pernas para frente. Me rompeu os dois joelhos. Estive de 4 a 5 meses sem jogar”. Até para a Copa de 1986 esteve ameaçado, por desavenças com Bilardo e seu ajudante, Carlos Pachamé. “Bilardo sempre trabalhou menos que Menotti. E não me contaram isso: eu vivi”.

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Idolatrado por fãs célebres e anônimos

“Não posso ir a um lugar onde tenho que compartir um montão de coisas com um senhor que me destroçou com suas declarações. Eu sempre discuti futebol, mas sem atacar ninguém. E Pachamé disse coisas muito feias”. A polêmica começou em 1984, quando este disse não podia chamá-lo só por “duas boas atuações” e por já ter 32 anos. “Tenho 30 e levo vinte jogos em grande nível”, respondeu. Mas ao fim aceitou “porque pensei no povo”. Povo que cantava ao técnico: “Narigón (apelido de Bilardo), Narigón, Narigón, llevalo a Bochini si querés salir campeón”.

Um ano depois daquela final contra o Talleres, foi novamente campeão nacional, em janeiro de 1979. Contra o River, 2-0, dois gols dele, que já disse ter sido este o seu melhor jogo. Relato da Placar: “o ex-candidato a Pelé argentino desistiu de ser Pelé, mas resolveu ser argentino – no sentido de praticante de um futebol quase sempre eficiente e invariavelmente brilhante. Em sua melhor condição física, ele reviveu jogadas que, ultimamente, só existiam na cabeça de torcedores de idade avançada e memória invulgar. Os jornais foram obrigados a reviver, fora da seção nostaliga, termos como apilada. A expressão designa uma sucessão de dribles, que um jogador, sozinho, vai aplicando impiedosamente numa defesa inteira”.

“Quando López avançou, driblou-o no meio de campo; quando Passarella recuou, disposto a cuidar do próprio quintal, deixou-o plantado e passou com bola e tudo. Podia-se dizer que, em nome do brilhantismo, Bochini sacrificou a objetividade – mas a verdade é que, aos 20 do 1º e aos 11 do 2º, ele fez os dois gols daquela vitória de 2-0. Outes, o centroavante e capitão do time, não mostrou muita coisa – e nem foi preciso, porque, na hora de concluir, havia sempre Bochini, o dono da bola”: veja aqui.

Como Messi, era tímido e discreto fora dos campos, falando mais pela bola. Mas não era santo. Naquela dramática final contra o Talleres (cujo lado nefasto foi ter impulsionando o presidente rojo, Grodona, ser eleito presidente da AFA), poderia ter sido expulso após entrada em Ocaño. “Mas como nos haviam expulsado três, não aconteceu nada”. Hoje, critica abertamente treinadores e dirigentes do seu clube, gerando incômodos. Segundo a El Gráfico, “o faz mais por franqueza do que por estar sentado acima de sua estátua”. Desentendeu-se também com Ruggeri, colega na Copa 1986.

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“Bochini, tao grande como o futebol”, disse a El Gráfico quando ele completou 500 jogos pelo Independiente. Quase passou ao Boca em 1988, mas foi campeão sobre ele em 1989, marcando gol

O zagueiro, único campeão nos três grandes de Buenos Aires (Boca, River e San Lorenzo), não apreciara Bochini cobrar o prêmio de campeão do mundo depois de dizer que, por mal ter jogado, não se sentia um. Em amistoso de seus clubes em 1987, trocaram empurrões e agressões verbais. “Ruggeri vai me impressionar? Ele disse que ganhou tudo, e eu digo que conseguiu porque integrava o time, no River e na seleção. Sozinho não ganhou nada”. Também já desdenhou de Bielsa, em 1999: “Como Bielsa, há montões. Que veja muitos vídeos não quer dizer nada. O técnico da seleção deveria ser Ramón Díaz”.

Naquele 1984 em que quase saiu da seleção, por pouco não marcou na Alemanha em Düsseldorf a 40 metros do goleiro que tentou encobrir, mas Schumacher conseguiu recuar e espalmar para cima do travessão. “Poderia ter sido o gol mais lindo da minha vida”. Retornava à seleção após ter enfim sido eleito oficialmente o melhor jogador argentino no ano anterior (recebendo o Olimpia de Plata) e em meio à última campanha vitoriosa do Independiente na Libertadores. O time chegara ao torneio após ser campeão em um título garantido sobre o rebaixado Racing, para a alegria do garoto Zanetti.

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“A época de 1983 vivi a pleno. Ia com meus amigos ou com meus velhos ao campo. Desde aí, sou torcedor. O ídolo era El Bocha. Foi um grande orgulho tê-lo conhecido e pedir sua camisa. Fora a de Bochini, também tenho a de Marangoni, um luxo”, disse o imortal da Internazionale. Marangoni compunha com Bochini, Burruchaga e Giusti o quadrado mágico do meio-campo do time e foi o único deles ausente da Copa 1986, não por falta de talento. Sobre Bochini, Maranga disse que “nunca escolheu ficar no Independiente exclusivamente. Se tivesse uma oferta da Juventus, teria ido. Agora, se o torcedor do Independiente se quer enganar e fantasiar, está bem”.

Mas na mesma entrevista, também o exaltou como o segundo melhor jogador argentino, só atrás de Maradona. “Uma vez o enfrentei com a camiseta do Chacarita. Eu estava indo ao descenso, por isso jogávamos com a faca entre os dentes: pegávamos qualquer que nos passasse pelo lado, até os próprios companheiros. Quando quis fazer o mesmo com Bochini, o cara (…) seguiu como se nada. Ninguém em campo podia adivinhar o que ia fazer”. Marangoni foi ao Boca em 1988 junto com o técnico Pastoriza e o atacante Barberón. Bochini esteve perto de fazer o mesmo, mas ficou.

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Com Fangio, Maradona e outros mitos argentinos em edição comemorativa da El Gráfico; capa da revista que preferiu retratar seu jogo-despedida em vez de mais um título do River; e como o último brasileiro do Independiente começou a se queimar: Sérgio Manoel não soube dizer de quem era o retrato

E na temporada 1988-89, mesmo com discordâncias com o técnico Jorge Solari, veio seu último título, justamente com o Boca de vice. O auriazul chegou a ter 3 pontos de vantagem, igualados em um encontro direto com um 2-0 vindos com gol e assistência dele. Em 1989, também veio seu último gol, em 2-2 com o Platense. No mesmo ano, arrecadou 50 mil austrais (moeda da época) em jogo beneficente contra times de Zárate para ajudar três crianças que precisavam de cuidados médicos.

25 anos da última taça da Era Bochini no Independiente

“Sólo le pido a Dios/que Bochini juegue para siempre/siempre para Independiente/para toda la alegría de la gente”. O grito da torcida teve que se encerrar em 1991. Bochini faria 20 anos de carreira e já sofria nos joelhos quando foi lesionado por Erbín, do Estudiantes. “Foi uma jogada das tantas que tem no futebol”, inocentou-o. “Me contou que não podia ir ao campo do Independiente, creio que um de seus filhos é torcedor do Rojo e não o pode levar porque o matam”. Voltou ao fim do ano só para seu jogo-despedida (segundo ele, o time lhe pagou ali exatamente o que vinha há dois anos lhe devendo. A arrecadação seria toda para ele. Mas isso não foi cumprido à risca: o jogo foi visto por 40 mil pessoas e só lhe destinaram dinheiro de 15 mil), no qual o ex-presidente Alfonsín pediu desculpas por não ir.

Pouco depois, passou brevemente como técnico. “Não se anima (com isso) porque é tímido. Faria (dupla com ele) porque é um amigo, e porque à diferença do que crê a gente comum, Bochini é muito sábio, o que faz falta é alguém que o acompanhe com organização e que lhe possa extrair a forma que tem de ver o futebol”, já declarou Marangoni. O primeiro ciclo treinando foi regular: 8 vitórias, 10 empates e 8 derrotas. Voltou a isso em 2001, em péssima fase que não conseguiu reverter, pedindo para sair em janeiro de 2002: “Se o Independiente vai à B, que seja pelos erros de outro”. O time ficou em último no torneio seguinte, mas no posterior foi campeão nacional (pela última vez).

Seu nome inspirou um adjetivo na Argentina, bochinesco, para passes de precisão cirúrgica. Para Gustavo Cordera, o líder da Bersuit, uma das mais populares bandas locais, também seria um verbo: “bochinear é pensar antes dos demais. Não houve um cara no mundo com essa velocidade mental”. Não deixe de ler perfil que o respeitado jornal britânico The Guardian fez sobre ele anteontem: clique aqui.

Suas palavras no centenário rojo: “Não posso esquecer de tantos momentos e de como nos exigiam o futebol que tanto gostam. Por esse paladar, o Independiente se converteu no Rey de Copas, defendendo dentro e fora do campo o jogo que vocês pediam. E não só na minha época, e sim desde muito antes. Os jogadores sabíamos o que significava entrar em campo com a camiseta do Independiente. Sabíamos ao quê devíamos jogar. Nos faziam sentir que nós tínhamos que matar por estas cores. E isso está bem, porque senão o jogador talvez se conforme com uma vitória cada tanto ou com uma campanha aceitável… nós nos divertíamos, mas também ganhávamos. Anos mais tarde, uma parte do jornalismo estendeu a ideia dos resultados ante tudo. E sim, eu também queria ganhar, mas para ganhar tem que jogar bem. Jogando mal, se pode conseguir um triunfo ou dois, mas não tantos títulos”.

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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