A Argentina encontrou sua melhor forma durante a Copa, e deve mantê-la na final

Taticamente falando, de um 5-3-2 na estréia para duas linhas de 4 e surpreendente solidez defensiva contra a Holanda. Não foram poucas as mutações da Argentina neste Mundial, o que era até esperado, pelo repertório tático que Sabella conseguiu dar à Argentina nestes quase 3 anos de comando. Sob a liderança de Mascherano, a Argentina cravou sua vaga na final da Copa após heróica vitória sobre a Holanda em São Paulo, e exceto em 1990, está mais próxima do que nunca para sair do jejum de 28 anos sem um título Mundial.

O mais curioso foi como a Argentina mudou e encontrou sua melhor forma durante o Mundial. Nomes muito contestados como Romero e Rojo conseguiram excelentes atuações no decorrer da Copa, e se tornaram indiscutíveis no elenco, fato nada comum se o questionamento fosse realizado no período pré-Mundial. As atuações abaixo do ideal de Fernández, Gago, e a lesão de Aguero durante a Copa foram substituídas na medida, ou até melhor, como foram os casos de Demichelis, Biglia e Lavezzi, suplentes imediatos dos então titulares. E a lista se completou quando Enzo Pérez fez partida sólida e digna de elogios ao entrar no lugar do insubstituível Di Maria. O meio-campista do Benfica, que até um mês antes da Copa era pouco cotado para estar entre os 30, disputou a semifinal diante da Holanda e foi muito importante para que o lugar na final fosse alcançado.

Argentina no 4-4-2/4-2-3-1, como era esperado diante de adversários mais cascudos neste Mundial. Mesmo sem Di Maria, Enzo Pérez correspondeu à confiança do treinador, com boa aplicação pela direita.

O mérito de Mascherano, figura de destaque da Argentina já antes da Copa, merece ressalva. Além de ter sido o jogador que mais realizou desarmes(5*), o Jefecito foi realmente o dono da bola contra a Holanda ao terminar a partida com 9%* de posse de bola, maior número individual do jogo.

As perguntas sobre Messi seguem, e apesar de não ter marcado gols como na primeira fase, Lionel tem sido importante ao prender a bola no momento certo e abrir espaço aos demais quando atrai mais de um marcador. Para Christian Leblebidjan, do Canchallena, Messi jogou como Riquelme diante da Bélgica(clique aqui e confira), o que faz sentido ao analisarmos que Messi teve o maior percentual de posse na partida(8%). A figura de  destaque da Argentina finalizou 12 vezes na primeira fase da Copa, bem superior às 5 finalizações do mata-mata até então. O brilhantismo não tem aparecido apenas com gols. Messi também participa na posse e nas atitudes cerebrais da equipe.

Na final à vista contra a Alemanha, chance única para Messi e os muitos restantes da geração dourada de 2008. No mais difícil desafio da Copa até então, a Argentina parece ter encontrado sua melhor forma neste Mundial, mesmo sem Di Maria e com Aguero ainda fora de forma. E a fórmula deve se repetir neste domingo, no Maracanã.

Prévia do 4-4-2/4-2-3-1 argentino diante do 4-3-3 alemão.

*Dados via Footstats

Júnior Marques

Sul-matogrossense Bacharel em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina. Preparação Física e Cardiologia. Gabriel Batistuta nas peladas de infância, Hincha Albiceleste!

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