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Argentinos na Libertadores-2015. Até o Racing pode entrar

A Argentina terá seis representantes na próxima edição da Copa Libertadores de América. O San Lorenzo já tem vaga assegurada, e na fase de grupos, por ter sido o último campeão do torneio. Os demais classificados saem de uma confusão que só existe na Argentina. O campeão do Torneio Final assegura uma vaga, outra fica para o campeão do Campeonato de Primera Divisíon, que muitos chamam, até hoje, de “Torneo de Transición”. As demais três vagas são do campeão da Copa Argentina, do melhor classificado na somatória 2013/14 e da melhor equipe argentina na atual edição da Copa Sul-Americana. Parece simples. Mão não é. Vejamos em detalhes.

Uma vaga certa, mas ainda em disputa, é a da Copa Argentina. Nas semifinais estão Huracán, que será rival do Atlético Rafaela e Rosário Central, que será rival para o Argentinos Juniors. Uma dessas quatro equipes estará na Libertadores sem nenhuma confusão.

O San Lorenzo já tem sua vaga, alcançada de forma meritosa por levar o caneco da Libertadores/2014. Outro que já tem a vaga é o River, campeão do Torneio Final/2014. Assim como esse torneio colocou um argentino na Libertadores de 2015, o torneio atual, chamado de “Campeonato de Primera Divisíon”, também fará o mesmo. E então surge a confusão. Ocorre que o River Plate tem tudo para ficar com o título. Se isto acontecer, com quem ficaria esta vaga? Explicaremos abaixo, mas, de qualquer forma, abriria uma vaga para o Estudiantes de La Plata.

Ao desclassificar o Pincha da Sul-Americana, o River colocou o Boca Juniors na Libertadores, já que os xeneizes seriam o representante argentino proveniente da Sula. O problema é que essa posição para o Boca não é a melhor, já que o argentino que mais avançar na Sula entraria na Liberta na posição “5” do país, e apenas na repescagem. Melhor para o Boca seria entrar como a equipe com a melhor somatória de ponts em 2013/14 (Torneio Final e atual, chamado de “Campeonato de Primera División”). Neste quesito, Boca e Velez estão empatados com 61 pontos e podem disputar uma partida-desempate. Porém, se o River vencer também o atual campeonato local, essa partida não será necessária. Por quê?

Porque a vaga à Libertadores, pelo mérito de campeão do atual campeonato, passaria para o segundo melhor colocado na tabela da somatória geral. Nesta caso, Vélez e Boca entrariam na Libertadores/2015 e diretamente na segunda fase, ou fase de grupos. Então, o Boca descartaria sua vaga via-Sul-Americana e entraria pela campanha na tabela geral, o que é bem mais vantajoso. Sendo assim, essa vaga ficaria com o melhor argentino na Sula, excetuando o River e Boca, que seria o Estudiantes, eliminado pelo Millo nas quartas-de-final.

Porém, se o River não for campeão do campeonato atual, tudo muda. Lanús, Independiente e principalmente o Racing poderiam chegar ao título. Neste caso, um deles iria à Libertadores de 2015. Sendo assim, Boca e Vélez precisariam fazer o jogo-desempate. Se o Boca vencer, ele entra como o melhor colocado na tabela geral e o Estudiantes ficaria com a vaga na repescagem. Neste cenário, o Fortín ficaria de fora. Porém, se o conjunto de Liniers vencer, ele ficaria com a vaga e obrigaria o Boca a entrar na repescagem, pela melhor campanha na Sul. Neste cenário, o Pincha não entraria na Liberta de 2015, pois não seria o melhor argentino na Sula.

Interessante também é que a próxima edição da Libertadores pode ter quase todos os campeões argentinos deste torneio. Para tanto, bastaria que o Argentinos vencesse a Copa Argentina e o Racing o Campeonato de “Primera División”. Apenas dois deles, entre Estudiantes, Independiente ou Vélez, ficarão de fora. River, San Lorenzo, Boca já estão lá. Possível que Vélez também entre. Já Independiente e Argentinos têm um caminho mais complicado. O Rojo entraria pelo título do campeonato atual. Só que está atrás de River, Racing e empatado com o Lanús. Já o Bicho da Paternal precisaria passar pelo Rosário Central e vencer na Final da Copa Argentina o vencedor de Atlético de Rafaela e Huracán.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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