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Há 25 anos, Maradona dava ao Napoli sua taça europeia

Um time napolitano que vive de metáforas, de ironias e de sua história. Há 25 anos, ele conquistou a Europa como sempre sonhou, um time invejável liderado por Diego Maradona que tinha a missão de ganhar a segunda competição mais importante da Europa pela primeira vez.

O Napoli vinha fazendo uma ótima temporada e foi em busca de sua grande conquista até então, a UEFA Europa League. Após passar pelo PAOK, da Grécia na primeira fase, eliminou o Lokomotive Leipzig, da Alemanha Oriental, e deixou para trás o francês Bordeaux. Arrebatando os adversários como nunca se viu, chegou nas quartas-de-final.

Um duelo difícil naquela fase marcou o caminho do time napolitano, do outro lado estava a Juventus. No primeiro jogo, em Turim, a Juve venceu por 2 a 0.  O Napoli precisava derrotar a equipe do capitão Roberto Tricella por três gols de diferença se quisesse chegar à semifinal. Assim, Maradona e Carnevale deram um jeito no placar, levando a partida para a prorrogação. Quando tudo indicava uma decisão por pênaltis, Renica fez o terceiro gol do Napoli, garantindo a vaga para a semifinal.

Para ser grande e fazer história uma equipe precisa encarar um time de tradição e respeito no futebol. Com o Napoli não foi diferente, caso quisesse conquistar a Europa teria de passar pelo Bayern de Munique. No primeiro jogo, em Nápoles, Careca e Carnevale fizeram os gols da vitória da equipe napolitana, o time venceu por 2 a 0. Na volta, em Munique, Careca abriu o placar para os italianos, mas Wohlfarth empatou dois minutos depois. Sem perder tempo, o time correu atrás e Careca marcou mais um. Reuter, aos 81, empatou o jogo para os alemães, 2 a 2. Com a vantagem de jogar pelo empate, o Napoli se tornou finalista da segunda maior competição da Europa. O que poucos acreditavam aconteceu.

As armas do Napoli para a final eram seu capitão, seu conjunto e sua força de vontade. E mais um alemão atravessou seu caminho, o Stuttgart de Jürgen Klinsmann, que chegou à final derrotando, em duelo de duas Alemanhas, o Dynamo Dresden de Matthias Sammer.  Naquela altura do campeonato, tudo que viesse acontecer com o time napolitano era bem-vindo. Já a equipe alemã do capitão Allgöwer queria honrar o futebol alemão que, de três semi finalistas, botou apenas um na final.

A primeira partida da final da Copa UEFA 1988-89 aconteceu  no estádio San Paolo, em Nápoles, lotado pelos napolitanos. Na época, a decisão era em dois jogos, de ida e volta, pois era uma competição importante e mais valorizada que o formato atual.  As estrelas do time (Careca e, claro, Maradona) marcaram no primeiro jogo e os italianos venceram por 2 a 1. Um empate bastava para o Napoli conquistar seu primeiro título europeu e levar a taça para os melancólicos sorridentes das ruas de Napóles.

No segundo embate, na casa dos alemães, por ironia, Alemão abriu o placar na primeira etapa para o Napoli. Klinsmann empatou para o Stuttgart minutos depois. Ainda no primeiro tempo, o zagueiro Ferrara deixou o Napoli em vantagem novamente. No segundo momento, Careca mostrou sua raça matadora e decisiva quando marcou o terceiro, 3 a 1. O Stuttgart parecia vencido, mas ainda encontrou forças para diminuir na falha de De Napoli e empatar o jogo, mas era tarde. O três a três no placar deu o título ao Napoli.

O azul napolitano falou mais alto e se tornou campeão da Copa UEFA e conquistava seu primeiro título em uma grande competição europeia, algo que nem os nacionalmente mais tradicionais Lazio, Roma, Fiorentina, Genoa e Torino, por exemplo, haviam conseguido. Era a consagração de uma equipe que jogava guiada pelo mestre Maradona, ninguém mais que o maior jogador da história do futebol argentino, e com a eficiência brilhante de Careca, Ferrara e companhia. O segundo confronto da final ocorreu no dia 17 de maio de 1989, esta data sempre estará marcada no calendário dos fãs daquele time e dos seguidores de Don Diego.

Barbara Gonçalves

Estudante de Comunicação Social e blogueira. Curiosa e apaixonada pelo futebol argentino desde 2001. É torcedora do Estudiantes LP e fã da nobre arte.

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