Categories: Primeira Divisão

Lanús vence Santos Laguna e é primeiro argentino nas quartas de final da Copa

Jogo foi em Torreón, no México e valia uma passagem às quartas de final da Libertadores. Era a segunda parte do encontro entre Santos Laguna e Lanús. O time argentino vinha de um sofrido 2×1 no Sul da Grande Buenos Aires. Estava sem Santiago Silva, mas contava com retornos de Goltz e Izquierdoz, na zaga. Foi o suficiente. Granate dominou a partida do começo ao fim e levou a fatura com certa facilidade: 2×0, com gols de Ismail Blanco e Goltz. Agora, vai se depará com o Bolívar por uma vaga nas Semis.

Nada daquele sofrimento do primeiro jogo, na cancha granate, em La Fortaleza. Após aquela peleja, em que somente nos acréscimos o conjunto do Mellizo conseguiu superar o bom Santos Laguna, o técnico Schelotto deu um merecido descanso para a maioria dos titulares, no torneio local. Bastou isso, juntamente com o retorno da zaga titular, para a equipe espantar o sofrimento para bem longe. Em nenhum momento importou para o conjunto argentino o rival em Torreón. Do primeiro ao último minuto o Lanús foi o dono do jogo, partindo para cima, propondo as ações ofensivas, se desdobrando na marcação, adiantando suas duas linhas para pressionar a saída de bola etc.

Pareceu demais para o conjunto mexicano, que, apesar disso, conseguia chegar algumas vezes com perigo, já que dispõe de bons valores individuais. Nesses momentos, brilhou novamente a estrela de um dos maiores goleiros argentinos da atualidade: Agustín Marchesín. Em duas oportunidades, no primeiro tempo, e novamente em outras, no segundo, ele salvou o arco granate e aumentou a perplexidade pública diante da indiferença de Sabella ao seu talento e à sua vocação de anjo salvador. Porém, como dissemos, essas boas chegadas do conjunto local foram produtos bem mais do talento de seus jogadores do que de um domínio efetivo sobre o rival argentino.

Em campo mesmo quem mandou foi o Lanús. No flanco direito Benítez ficava aberto, enquanto “el Laucha” Acosta abria pelo esquerdo. Com o tempo, Benítez entendeu que para se destacar no cotejo precisava cair também para o centro e fortalecer o setor com Blanco. Só que isto não foi por alguma deficiência tática da equipe, mas pelo ótimo aproveitamento de Acosta, que praticamente obrigava seus companheiros a procurá-lo com insistência. Além disso, enquanto Araújo se mantinha firme na lateral direita, Velázquez se apresentava no ataque para otimizar para os mexicanos o problema representado pelo ótimo futebol de Acosta.

E foi na tabelinha de ambos, pelo setor esquerdo, que saiu o primeiro gol, aos 28 minutos da primeira etapa. Após receber do Laucha, Velázquez tocou para Blanco guardar a pelota no arco de Sánchéz: 1×0.

Segundo tempo começou como remake do primeiro. Até que aos três minutos, Acosta foi derrubado dentro da área. Na cobrança de pênalti, o capitão Paolo Goltz decretou o segundo gol do Lanús. Como resultado da falta sofrida no penal, Acosta saiu contundido e deu seu lugar para Chamorro.

Embora a equipe tenha sofrido com a perda de seu melhor homem em campo, o placar favorecia e tranquilizava os ânimos dos argentinos. A partir daí, foi possível praticar o jogo da espera. O Granate então passou a administrar o resultado, já se preocupando com as quartas de final e com a competição local, na qual ainda pode sair campeão. E assim como Benítez, Chamorro se preocupou mais em compor a marcação no meio do que atacar a defesa rival. Esta postura não se modificou nem quando os mexicanos perderam Rentería, aos 10 minutos, nem quando eles fizeram um jogo quase suicida, principalmente a partir dos 20 minutos do segundo tempo.

Já nos acréscimos, o árbitro Darío Ubriaco ainda deixou de anotar mais um pênalti claro para o Lanús. Só que não precisou. A vitória tranquila já estava decretada e o conjunto do Sul da Grande Buenos Aires chegava pela primeira vez na sua história às quartas de final da principal competição de futebol das Américas.

Agora, o confronto será contra o surpreendente Bolívar. O primeiro jogo será em La Fortaleza, no dia 07 de maio. Na ocasião, Schelotto terá o retorno de seu principal marcador do meio-campo para o ataque, curiosamente estamos falando do camisa 9 titular, Santiago “el Tanque” Silva, rival direto de Goltz na briga para ser o maior cortador de todos os levantamentos de bola dos ataques rivais à área do guardametas Marchesín.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

Recent Posts

César Luis Menotti, o técnico da Copa 1978 que a seleção teve graças ao Juventus-SP

Originalmente publicado em 5 de novembro de 2018 - e com atualizações em 5 de…

2 dias ago

As Principais Características dos Slots Online

Os slots online, também conhecidos como máquinas caça-níqueis ou simplesmente slots, são um dos jogos…

2 meses ago

7 jovens talentos argentinos para ficar de olho em 2024

Apesar do excelente desempenho nas Eliminatórias Sul-Americanas e da incerteza sobre a continuidade de Lionel…

4 meses ago

50 anos do primeiro Mundial do Independiente

Originalmente publicado no aniversário de 40 anos, revisto, atualizado e ampliado Há exatos 50 anos,…

5 meses ago

Elementos em comum entre Boca Juniors e Fluminense

Os seis duelos pela Libertadores entre 2008 e 2012 corrigiram certa lacuna do século XX,…

6 meses ago

50 anos do Huracán 1973: o time que ressoou na Copa 78 levando Menotti à seleção

Originalmente publicado no aniversário de 45 anos, em 16-09-2018 - e revisto, atualizado e ampliado…

8 meses ago

This website uses cookies.