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Martino entre a evolução e o conservadorismo que limitou a Argentina na Copa América

E lá se vai quase um ano no cargo da Seleção Argentina. Desde que assumiu a Albiceleste, em agosto de 2014, Martino procurou sempre deixar claro suas idéias e mudanças pretendidas na equipe. Após alguns tropeços nos primeiros amistosos, normais para uma equipe que ainda se adaptava a um novo estilo, a Seleção Argentina chegou à Copa América ainda um pouco longe do que o treinador realmente pretendia. Mas com o passar dos dias e treinamentos diários no Chile isso mudou. As linhas avançadas e posse de bola se tornaram marca da Argentina na Copa América 2015. Apesar de repetir um grande número de jogadores do Mundial 2014, a Argentina de Martino já joga diferente em seu 4-3-3.

A pressão interna era grande, nítida quando Martino preferiu poupar Tévez das cobranças iniciais contra a Colômbia. A aposta por Pastore soou como o futebol do próprio na Seleção, entre idas e vindas, bons e maus momenos num mesmo jogo. Mesmo assim o Flaco foi o jogador que mais deu passes para finalização nesta Copa América(13*). Apesar de ainda questionado, o setor defensivo se manteve como no Mundial 2014, levando poucos gols(3 gols em 6 jogos nesta Copa América). Mascherano, o líder e técnico dentro das 4 linhas fez a equipe girar com a bola nos pés em campo. Foram 358 passes certos de Mascherano nesta Copa América, e como no Mundial, o Jefecito teve o maior número no quesito.

A Argentina se encontrou na Copa América. A melhora no preparo físico e no mantimento do volume de jogo foram sinais de que a comissão se atentou em alguns fatos certos. Mas por vezes, sobretudo na final, esbarrou no conservadorismo de Martino. As mudanças posicionais foram repetitivas na competição, e não trouxeram no decorrer dos jogos um plano diferente da Albiceleste em campo. Na final, o sinal mais claro quando Higuaín substituiu Aguero e Banega, Pastore, com a equipe precisando mudar sua postura no ataque. A idéia por Higuaín tem explicação, colocar presença na área chilena de baixa estatura. O que merece reflexão, não só na final é: porque não Higuaín, ou Tévez, e Aguero juntos por mais minutos?

Argentina de Martino – 4-3-3/4-2-3-1 e a mesma face nos 120 minutos em Santiago.

Nos primeiros 45 minutos a Argentina, como em toda a Copa América, mostrou sua cara em campo. Assustou o Chile e por pouco não abriu o marcador com Lavezzi no fim da etapa inicial. Com tamanho repertório ofensivo, o apego ao sistema e posições por vezes limitaram os planos da equipe no jogo. Ao todo, 2* finalizações certas, contra 4* do Chile. Pouco, muito pouco, para 120 minutos.

A equipe fez uma boa Copa América. Os dias de concentração fizeram bem ao plantel para que algumas idéias de Martino fossem colocadas em prática. Mas para esta geração falta fazer uma boa competição e vencê-la. Alguns jogadores, como Demichelis, podem ontem terem realizado seu último jogo pela Seleção, e algumas, não tantas, alterações deverão vir nos próximos meses, já pensando nas Eliminatórias e 2018. Houve evolução, e claro, o título traria mais alívio para os próximos dias de trabalho. Mas a impressão é que faltou atitude e estratégia para mais.

*Números: Footstats

Júnior Marques

Sul-matogrossense Bacharel em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina. Preparação Física e Cardiologia. Gabriel Batistuta nas peladas de infância, Hincha Albiceleste!

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