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Racing só empata com o Tigre em Avellaneda

Desde Buenos Aires – O fim de tarde deste domingo marcou o retorno de um ídolo ao mítico Cilindro de Avellaneda. E não se tratava de nenhum jogador em especial. Era o reencontro de Alfio Basile com a fanática torcida celeste e branca. Como jogador, Basile venceu uma Copa Libertadores e um Mundial pelo Racing. Anos mais tarde, já como técnico, assumiu a equipe em uma de suas piores épocas, na segunda divisão e o clube sem dinheiro. Ainda sim, “El Coco” conseguiu o lugar de volta na primeira divisão do futebol argentino.

O adversário da tarde, Tigre. Uma equipe desesperada que não podia mais perder pontos com o perigo eminente do rebaixamento.

E o jogo começou da forma como o torcedor racinguista queria. Um time pressionando o rival no seu campo de defesa. Gio Moreno com muita vontade e talento, distribuía passes de calcanhar no meio de campo. Mas quem chegou primeiro foi o Tigre, depois de uma cobrança de escanteio, o defensor Echeverría subiu mais que todo mundo e cabeceou livre para o gol de Saja, Gio Moreno afastou o perigo em cima da linha.

A Academia controlava o jogo e tinha maior domínio de bola, mas aos poucos os visitantes acomodavam seu jogo e passavam a figurar mais no campo de ataque. Aos 16 minutos foi a vez de Luna arriscar de longe exigindo boa defesa de Saja. Outro escanteio e novamente os jogadores do Tigre ganhavam os lances pelo alto.

Na metade do primeiro tempo o equilíbrio marcava a tônica do confronto. O Racing insistia em tentar pelo meio, mas deparava-se com uma barreira de volantes do rival. Foi preciso que Gio se livrasse da marcação e arrematasse forte para que o goleiro do Tigre, Garcia, trabalhasse na partida.

Hauche que vinha movimentando-se bem no ataque e conseguiu uma perigosa falta que Gio Moreno cobrou no canto inferior esquerdo. A bola tinha destino certo, mas outra vez Garcia apareceu como vilão e impediu o que seria o primeiro gol da tarde.

Aos 40, o Racing chegou bem, numa linda troca de passes que envolveu toda a defesa do Tigre, mas o lance terminou com uma péssima finalização de Castro que isolou por cima do gol.

Com o final do primeiro tempo, a impressão foi de um bom jogo, com leve vantagem para o Tigre. Já a Academia encontrava dificuldades para sair da forte marcação no meio de campo. Gio, era sempre observado de perto por dois volantes rivais e Téo Gutierrez mal tocou na bola.

Na volta para a etapa complementar, Basile resolver mexer e colocou Toranzo no lugar de Lucas Castro. E foi justamente com Patricio Toranzo que o Racing chegou em um chute perigoso de fora da área. Mas a oportunidade mais clara surgiu aos 7 minutos, quando Hauche recebeu um bom passe dentro da área e sozinho fuzilou cruzado para uma excelente defesa de Garcia.

A Academia despertou. Gio arrancou entre dois adversários, colocou a bola entre as pernas de um deles e lançou Hauche, mas o camisa 9 não conseguiu chegar a tempo de concluir.

Enquanto o Racing melhorava, as bolas paradas seguiam preocupando Basile, sua linha de defensores não podia ganhar nenhuma pelo alto e era por aí que o Tigre ameaçava.

Com o passar dos minutos, os visitantes novamente puderam encontrar seu jogo e passaram a arriscar mais, principalmente com o baixinho Luna. Coco Basile, que recentemente foi operado nas suas cordas vocais, precisou de um auxiliar para gritar as instruções a sua equipe que parecia perdida em campo.

Então começou a aparecer a figura de Morales, camisa 10 do Tigre. Jogador muito habilidoso, dificilmente os defensores conseguiam roubar a bola sem cometer falta. Já as esperanças da torcida local estavam todas depositadas em Gio que arriscava bons chutes de fora da área e brindava o espetáculo com sua qualidade única.

Aos 30 minutos o jogo estava em aberto, sem possibilidade de se prever um ganhador.

Faltando pouco mais de dez minutos para o final, Basile troca novamente. Coloca Viola no lugar do aplaudido Hauche. O Tigre quase encontrou o gol da vitoria com o pequeno Carrasco de apenas 1,60m, depois de um rebote para o centro da área de Saja.

A última oportunidade foi para a Academia, depois que Viola escapou livre pelo lado esquerdo e cruzou para o centro da área. Téo chegou atrasado e a sobre caiu nos pés de Gio Moreno que carimbou a defesa.

Final de jogo e um 0 a 0 que deixa claro que Basile terá muito trabalho para ajustar esse time. Apesar do resultado não ser bom para o Tigre, ao menos serviu para demonstrar que se manter esse padrão de jogo, pode sonhar em escapar do rebaixamento na próxima temporada.

Na próxima rodada o Racing enfrentará o Godoy Cruz em Mendoza enquanto o Tigre vai receber o San Martin.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

One thought on “Racing só empata com o Tigre em Avellaneda

  • Mauricio

    Cachete Moráles é o camisa 10 que os clubes do Brasil não foram buscar na Argentina.

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