LibertadoresSan Lorenzo

San Lorenzo consegue virada impossível na estréia da Libertadores

Matos festeja o gol de empate
Matos festeja o gol de empate

Associar o San Lorenzo ao Papa Francisco na hora de falar de milagres conseguidos pelo clube de Bajo Flores virou um clichê quase insuportável. O que mostra o quanto os azulgranas tem conseguido desafiar a lógica e a lei das probabilidades. E logo na estreia da Libertadores 2015, em uma partida que tinha tudo para ser morna, o fenômeno se repetiu. Com dois gols nos últimos minutos, o Ciclón virou para cima do Danubio dentro do Centenário e lidera o grupo da morte junto com o Corinthians.

E nada indicava um enredo tão marcante. A partida começou muito mal tecnicamente, mas com superioridade do Danubio. E logo aos 11 minutos os uruguaios abriram o placar. O oportunista Castro recebeu de costas para o gol, e mesmo marcado por três defensores azulgranas conseguiu girar e bater para vencer Torrico. No restante do primeiro tempo os azulgranas tentaram pressionar mas nada criavam. La Franja se defendia bem e contra atacava com perigo.

No segundo tempo o San Lorenzo voltou atacando de forma mais aguda. Tanto mais que durante os 45 minutos finais Patón Bauza mexeu na equipe, visando aumentar a agressividade ofensiva de sua equipe. O Ciclón atacava incessantemente, e ainda que sofresse por vezes com os contra ataques rivais, criava oportunidades e levava perigo à meta rival. No entanto, bem plantado atrás, a equipe da casa conseguia se aguentar, e a 5 minutos do fim mantinha sua vantagem. Faltava pouco para que o clube dos amores do Papa estreasse na Libertadores com derrota. Mas veio o milagre.

Aos 40 minutos Catalán fez boa jogada pela direita e centrou. Deu-se uma confusão na área do Danúbio até que o sempre oportunista Matos conseguiu empurrar a bola para dentro do gol. O Ciclón havia finalmente conseguido empatar de forma merecida. Nas circunstâncias parecia um bom placar. Mas não ficou por aí. Aos 42 minutos Cetto aproveitou um escanteio e cabeceou para virar a partida, para delírio dos cerca de 3 mil torcedores argentinos presentes no estádio. O San Lorenzo havia conseguido uma importante vitória fora de casa na estreia e revivido mais uma vez a mística de chegar a resultados aparentemente impossíveis.

DANUBIO: Torgnascioli, Peña, De Los Santos, Pereyra e Cotugno; Pereira, I. González, Sosa (Silvera) e Tabarez (Ghan); Fornarolli (Barreto) e Castro.

SAN LORENZO: Torrico, Catalán, Cetto, Caruzzo e Más; Ortigoza e Mercier (Barrientos); Villalba (Cauteruccio), Blanco e Romagnoli (Mussis); Matos.

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

três × 5 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.