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Supersemana – 1941: River Plate 5 a 1 fora o baile

José Manuel Moreno, em capa da El Gráfico de 1941, considerado o melhor jogador do Superclássico vencido pelo River Plate por 5 a 1 em 1941. El Charro era conhecido pelas suas jogadas mirabolantes, tal como essa retratada na foto.

O dia 19 de outubro de 1941, um dia da Banda Roja. Jogando no Monumental de Nuñez, o River Plate vence o Boca Juniors por 5 a 1. Essa é a maior goleada já aplicada pelo River em Superclássicos.

A Primera Divisão Argentina de 1941 sempre ficará na memória do El más Grande. Muito mais do que essa goleada histórica válida pela 29ª rodada, a equipe do River Plate venceu o campeonato com 4 pontos (2 vitórias, na época) de diferença para o San Lorenzo e marcou os princípios da melhor linha atacante (delantera) do futebol mundial: La Máquina.

1941 foi o ano da aposentadoria de Carlos Peucelle considerado o maestro de La Máquina. Além de ganhar o seu quarto título argentino, ele prepara a o caminho para a formação da delantera.

Explico: na partida contra o Estudiantes de La Plata que decidiu o título, ele jogou na delantera formada por Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e ele. Assim, em 1942, bastou el maestro sair para a entrada do jovem estreante de 20 anos, Félix Loustau, para que La Máquina fosse montada em toda sua maestria: Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Loustau.

No entanto, por uma ironia do destino, Peucelle não jogou o Superclássico de 5 a1 de 1941. O onze do River Plate foi composto por uma outra delantera primordial. A escalação completa da Banda Roja daquele dia é: Barrios; Vaghi e Cadilla; Yácono, Rodolfi e Ramos; Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Deambrosi.

No 5 a 1, todos os gols sairam da delantera pré-Máquina. Muñoz não fez, mas Labruna abriu o placar aos 11 minutos, Moreno fez aos 39, Deambrosi fez dois (um em cada tempo, 43 do 1º tempo e 11 do 2ºtempo) e Pedernera fez o 5º aos 30 minutos do 2º tempo. Quase no acréscimo, Boyé descontou para o Bcoa Juniors.

No entanto, mesmo com esse gol, a torcida do Boca Juniors teve que escutar uma linda canção dos hinchas de River: “¡Qué linda manita que tengo yo!” (“Que linda mão eu tenho”, uma música de ninar clássica em espanhol), mostrando os cinco dedos. O baile dos 5 a 1 do River Plate em 1941 tinha até música.

Rafael Duarte Oliveira Venancio

Em 2010, na primeira versão desse texto, Rafael Duarte Oliveira Venancio escrevia para o Futebol Portenho, era professor do Senac e doutorando na USP. Em 2014, era professor doutor da Universidade Federal de Uberlândia e mantinha o blog Lupa Esportiva no Correio de Uberlândia. Agora, em 2020, é pós-doutor pela ECA-USP, além de escritor e dramaturgo com peças encenadas em 3 países e em 3 línguas. Nestes 10 anos, sempre tem alguém comentando este texto com ele, seja rindo, seja injuriado...

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