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Top 15 colônias argentinas pelo exterior na Libertadores

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Guiñazú e D’Alessandro, únicos representantes “brasileiros” da lista

Para a final 2015, publicamos um Top 15 de colônias argentinas na Europa no embalo da decisão da Liga dos Campeões: clique aqui. Hoje é a vez da Libertadores. O Tigres, que hoje receberá o River, tem de hermanos o goleiro Nahuel Guzmán e o volante Guido Pizarro, além do lateral-esquerdo Damián Álvarez, que joga pela seleção mexicana e ironicamente foi revelado no River. Em caso de título, o Tigres certamente avançará ainda mais posições na lista, não tão rigorosa como a europeia – nesta, exigimos ao menos três argentinos na escalação titular, podendo incluir o treinador.

No Top 15 de hoje, bastam dois argentinos, mas ambos têm que ser jogadores. A presença de um técnico hermano será considerada apenas para alavancar a posição. O contexto sul-americano impediria uma lista tão extensa sob o critério adotado com os europeus, destino muito mais comum para colônias de craques argentinos. A escolha das posições foi a mais objetiva possível: times com mais argentinos tendem a ficar mais à frente. Campeões pela primeira vez também, assim como vices de países sem tradição finalista. Já os semifinalistas ficam bem mais atrás.

Vamos aos escolhidos:

15) Cerro Porteño de 2011: equipe mais popular do Paraguai, assim como o San Lorenzo é azulgrana e apelidado de Ciclón. Mas enquanto o Papa enfim desengasgou a Libertadores, o congênere paraguaio jamais foi às finais e ainda tem de conviver com as três taças do Olimpia. Naquele ano, parou nas semis para o campeão Santos de Neymar após muita canseira: 1-0 no Brasil e 3-3 em Assunção (o Cerro chegou a estar perdendo de 2-0), contando com Roberto Nanni, o artilheiro da edição, e ainda Jonathan Fabbro (que joga pelo Paraguai: saiba mais), Juan Lucero, o jovem Juan Iturbe, Mariano Uglessich, Lautaro Fórmica, Javier Villarreal e o técnico Leonardo Astrada.

14) Universidad de Chile de 1996: único dos três grandes chilenos que ainda não foi à final, chegou às semis também em 2010 e 2012. 2010 teve o artilheiro máximo do clube, Diego Rivarola, a revelação Walter Montillo e o lateral Matías Rodríguez, presente também na de 2012 junto do meia Guillermo Marino e do técnico Jorge Sampaoli. O problema em 2010 foi ter perdido em casa por 2-0 para o Chivas após segurar o 1-1 no México. Em 2012, o ponto de bala daquela bela La U já havia passado. Já o time de 1996, de Sergio Vargas (da seleção chilena: saiba mais), Leo Rodríguez, Cristian Traverso e Walter Silvani quase eliminou o campeão River e até hoje reclama da arbitragem no Monumental.

13) Unión Española de 1975: na época foi só a segunda final do futebol chileno, mas o país se acostumaria às decisões ao menos até os anos 90. Os anos 70 foram a década de ouro dos gallegos, que nela venceram três de seus sete títulos nacionais e deram trabalho ao Independiente na decisão de 1975: saiba mais. Os argentinos eram o volante Rubén Palacios, autor de 4 gols na campanha, e o atacante Jorge Spedaletti, que jogou naquele ano pela seleção chilena.

12) Sporting Cristal de 1997: com dois argentinos como o anterior, fica à frente pois até hoje esta foi a segunda e última final do futebol peruano. O zagueiro Marcelo Asteggiano e o atacante Luis Bonnet integravam a equipe que venceu o Vélez de Chilavert dentro de Buenos Aires; que nas semis despachou o Racing com um 4-1, com dois de Bonnet; e que perdeu só perdeu a final pelo placar mínimo, gerado com alguma sorte por Elivelton para o Cruzeiro. Saiba mais.

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Almada, Vázquez, Reinoso e Lunari na Católica de 1993; Falcioni e Gareca pelo América

11) Olimpia de 2013: fica mais abaixo pois o Decano é “o” representante paraguaio entre os maiores copeiros do torneio, sempre participando de uma final por década. Nelson Benítez, Matías Giménez e Juan Carlos Ferreyra (que não era titular) chegaram heroicamente a nova final superando turbulências na política interna alvinegra e perdendo nos detalhes: prorrogação decretada por gol no fim, chance claríssima desperdiçada por Ferreyra e pênaltis. Vale registro que a equipe campeã de 2002 tinha o meia Gastón Córdoba e era treinada por Nery Pumpido, goleiro da Argentina campeã de 1986.

10) Cruz Azul de 2001: em sua primeira participação na Libertadores, a equipe celeste tornou-se a primeira mexicana finalista e até venceu o Boca na Bombonera na final, mas a derrota na Cidade do México no jogo de ida forçou os pênaltis vencidos pelos auriazuis. O jogo derradeiro não teve argentinos titulares, mas o armador Ángel Matute Morales foi fundamental na trajetória, marcando cinco gols na campanha – pena que teve 41 graus de febre na Argentina. Héctor Adomaitis fez dois, um na eliminação do Rosario Central nas semifinais. Ainda havia outro atacante, Gustavo Belloso.

9) Tigres de 2015: dono da segunda melhor campanha inicial da Libertadores deste ano, só não decidirá o jogo de volta em casa pois é convidado da Conmebol. A equipe dos subúrbios de Monterrey, como já mencionado, conta com Pizarro, Álvarez e Guzmán, convocado pela Argentina para a última Copa América. Só está abaixo do oitavo pois o técnico deste era outro argentino. Já garantiu ao menos este lugar por hora, mas subirá bastante se fizer os mexicanos enfim vencerem La Copa.

8) Deportivo Cali de 1978: o ex-gremista Néstor Scotta (autor do primeiro gol do Brasileirão para aqueles que se opõem à unificação com os torneios pré-1971) ainda é o único argentino duas vezes artilheiro da Libertadores. E foram seguidas, em 1977 e 1978. Formava ataque com o compatriota Alberto Benítez, autor de outros 5 gols na campanha, municiados pelo meia Ángel Landucci. E o técnico era Carlos Bilardo, futuramente campeão da Copa do Mundo de 1986. Saiba mais.

7) Universidad Católica de 1993: última final do futebol chileno e a única dos cruzados. Juan Carlos Almada foi o artilheiro daquela edição. Ele diminuiu o massacre no Morumbi no fim da partida (5-1) e renovou as esperanças da Católica ao decretar um 2-0 em Santiago ainda com 15 minutos do jogo, mas o placar não foi mais alterado e a taça ficou com o São Paulo. O gol que abrira o placar fora de Ricardo Lunari, bivice dos são-paulinos: era do Newell’s em 1992. Havia ainda o defensor Sergio Vázquez, que como atleta daquela equipe tornou-se o primeiro dos seletos três jogadores da seleção argentina vindos do futebol chileno, e o reserva Gerardo Reinoso.

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Artime e Mamelli no Nacional, Fabbro e Nanni no Cerro Porteño e o técnico Bauza, da LDU

6) América de Cali de 1985-87: não há vice mais expressivo, pois foram três finais seguidas, sempre com o goleiro Julio César Falcioni (técnico do Boca vice do Corinthians em 2012) e o atacante Ricardo Gareca, ex-Palmeiras e hoje bem na seleção peruana. Os dois primeiros vices também contavam com o meia Carlos Ischia. O primeiro foi perdido só nos pênaltis e o terceiro, que teve em Gareca o artilheiro da edição, foi tirado literalmente no último lance – saiba mais. Curiosamente, com o perdão da aliteração, o trio trivice treinou três títulos seguidos na Argentina: Ischia no Boca no Apertura 2008, Gareca no Vélez no Clausura 2009 e Falcioni no único do Banfield, o Apertura 2009.

5) Peñarol de 1960: fica em último dentre os campeões pois foi a primeira edição da Libertadores e os aurinegros tornaram-se verdadeiros emblemas da competição no resto do século XX, longe de ser uma rara conquista do clube. Os argentinos eram o meia-direita Carlos Linazza, autor de um dos gols nas semifinais contra o San Lorenzo, e o capitão Juan Hohberg, que jogava pela seleção uruguaia (saiba mais) e se aposentaria naquele ano em meio à época carbonera mais dourada.

4) Nacional de 1971: os tricolores, após três vices enquanto o Peñarol já tinha três títulos, enfim viram-se campeões pela primeira vez, e batendo na decisão o Estudiantes tri seguido (e maior campeão) na época. Foi no embalo do superartilheiro Luis Artime, que além de marcar na final fez três gols nas semifinais com o Palmeiras e outro no arquirrival: saiba mais. Juan Carlos Mamelli era sua dupla.

3) Internacional de 2010: com o cão-de-guarda Pablo Guiñazú e o meia Andrés D’Alessandro de titulares absolutos, os colorados enfim igualaram-se aos arquirrivais (detalhe crucial para superar o Nacional), somando seu segundo título na Libertadores. Mais um detalhe: ainda havia o goleiro Roberto Abbondanzieri, que no decorrer da competição perdeu a posição para Renan. A taça rendeu a volta de D’Ale à seleção argentina após cinco anos e a de Guiña após oito.

2) Colo-Colo de 1991: a única Libertadores vencida pelo futebol chileno, eis porque está a frente de outros campeões já listados. O Cacique contava com o goleiro Daniel Morón, o armador Marcelo Barticciotto (autor do gol que matou o Boca de Gabriel Batistuta nas semifinais) e o atacante Ricardo Dabrowski, que embora tenha desfalcado a equipe nas finais foi o artilheiro dos campeões. Saiba mais.

1) LDU de 2008: já esta é a única vencida pelo futebol equatoriano, ainda menos acostumado que o chileno às decisões. Vale o registro de que o outro clube do Equador finalista, o Barcelona, chegou às finais de 1990 com Marcelo Trobbiani (campeão da Copa 1986, abriu o placar em Guayaquil mas os aurinegros precisavam de mais um gol e a dez minutos do fim levaram o empate do Olimpia) e o técnico Miguel Brindisi, e de 1998 com Marcelo Morales e o técnico Rubén Insúa – esbarra, porém, no critério de mínimo de dois jogadores argentinos titulares ou quase. O time de Quito, por sua vez, também supera em quantidade os demais campeões da lista, calando o Maracanã com o zagueiro Norberto Araujo (que defenderia o Equador: saiba mais), o meia Damián Manso, o atacante Claudio Bieler, autor do gol que abriu os 4-2 sobre o Fluminense no jogo de ida, e o técnico Edgardo Bauza, o mesmo que levaria o San Lorenzo à inédita conquista ano passado. 1º lugar incontestável.

Abaixo, slides com fotos das equipes eleitas, com os argentinos em caixa alta. Clique para avança-las:

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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