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Traição na Guerra das Malvinas ainda é lembrada pelo povo argentino

De Buenos Aires – Nas arquibancadas do estádio Monumental de Nuñez, essa partida representava mais que um simples duelo esportivo. Sempre que esses dois países se encontram, em qualquer que seja a disputa, há um forte sentimento patriótico e histórico em jogo.

Durante o conflito pelas Ilhas Malvinas na década de 80, que terminou com a derrota da Argentina, os chilenos serviram como base de apoio avançada para os ingleses, a outra nação envolvida. Fator esse que se não foi fundamental, ajudou e muito a definir o sucesso britânico no continente sul-americano.Desde então cada partida contra ingleses ou chilenos representa uma redenção, uma oportunidade de mudar a história e escrever uma página vitoriosa.

E nessa noite fria e de garoa em Buenos Aires, a vingança veio numa vitória contundente. O resultado: goleada da albiceleste, 4 a 1 pra cima dos vizinhos do outro lado da cordilheira.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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  • É que tem um detalhe que ninguém presta atenção: a junta militar argentina, em seus delírios de grandeza, imaginava que derrotar os ingleses e retomar as Malvinas seria fácil. O Chile acreditava ser a bola da vez caso este cenário se concretasse (Videla e Pinochet andaram se estapeando por conta do Canal de Beagle, em 1978, crise só resolvida na última hora pela mediação do papa).

    Não que o Chile seja flor que se cheire: pergunte aos bolivianos quem tirou, numa ação orquestrada pelos EUA, o acesso ao mar deles...

  • Existe uma importante animosidade contra os chilenos. Isso lamentávelmente na minha opinião. As burguesías dos dois paises, representandas por suas ditaduras foram as que tomaram essas decisões. O povo chileno é mais um povo irmão. Viva Chile, Viva Allende!

  • Concordo 100% com o Ernesto. Como o Diogo apontou acima, quase houve uma guerra entre ambos, mas teria sido uma guerra entre duas ditaduras sanguinárias. O povo chileno e o argentino nao tem de se odiar por isso

  • A Argentina achou que seria facil ter do lado alguns paises sulamericanos, apesar de saber que não tinha forças, inumeros exercitos, equipamentos e dinheiro, como a forte e poderosa Inglaterra da epoca. Como disse um amigo argentino, todos ja sabiam de uma obvia derrota, mas não contava com a traição do Chile, que deu um braço inteiro pelos ingleses.

    Mas independente de rivalidade, os dois lados tem muita coisa em comum, assim como o Uruguai, por serem bem mais proximos que outros paises. É um trio que merecia ser mais unidos!

  • Perfeito Ernesto!!! Fico contente quando vejo o senso crítico dos leitores do FP. Tanto chilenos quanto argentinos foram vítimas de ditadores, assim como o povo daqui, do Brasil. Nisso, somos iguais a qualquer povo da sofrida América Latina. E a Priscila está correta quando afirma que o a Argentina esperava pela ajuda dos sul-americanos. Eu diria, "os ditadores esperavam". Mas o termo "traição" é exagerado. Quem traiu alguém nessa história foram justamente os generais argentinos. Guerra é igual a mandar pessoas comuns e trabalhadoras de uma lado matarem pessoas comuns e trabalhadoras de outro. Eu estou do lado dessas pessoas, sejam elas argentinas, chilenas, brasileiras etc.

  • Foi somente a intervenção do papa que impediu que a Argentine e o Chile entrassem em guerra por causa das ilhas Beagle. Além disso, se nós leitores sul-americanos dissermos que os povos não precisam se odiar apesar de nossos governantes na época terem sido inimigos, então isso quer dizer que as ditaduras militares foram os verdadeiros vilões. Por isso, seguindo a lógica, o povo argentino tem que é ressentir-se contra a ditadura de Videla, Galtieri, e cia., que em vez de trabalhar para reduzir o altíssimo desemprego e a inflação imparável, lançou uma guerra contra um país muitíssimo mais rico e altamente superior militarmente. Tudo bem, os argentinos acham que as ilhas são deles, e por isso tem rancor para com a Grã-Bretanha. Mas quem começou a treta? A Margaret Thatcher? Os governantes das ilhas? Ou a turminha lá de dentro da Casa Rosada?

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