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Blog FP – Aguardamos o Superclásico, não buscamos outro

Lembram dos torneios de verão? Aqueles que servem de aquecimento na pré-temporada, e alegram torcedores longe de Buenos Aires? Os mesmos que rendem gols como o “morcego” do Palermo, e herois momentaneos como Chichizola e Funes Mori. Pois por um ano inteiro, é tudo que restou.

Mesmo assim, nada mais natural a comemoração de hinchas de outros clubes, principalmente do Boca Juniors (incluindo o autor deste texto). Todas as manifestações não-violentas de gozação, como os afiches e montagens com fantasmas e galinhas. Os tópicos de tendência até mundiais dando adeus ao River Plate. Tudo extremamente válido para tal momento único.

Só que amanhã, todos (nós) vão (vamos) acordar e sentir falta do rival na elite. Nada mais de River-Racing. Nem mesmo River-Independiente. Menos ainda River-San Lorenzo, e, acima de tudo, a Argentina perderá o Superclásico.

De repente, os insólitos jogos de verão viraram chances de ouro para manter vivo o maior jogo do país. Os torcedores de Mar del Plata e Mendoza terão privilégios que os bonaerenses perderam. Eis que a brincadeira do #sebuscaunclásico já não tem a mesma força cômica, pois aquela partida esperada com uma semana de antecedência vai demorar bem mais para voltar.

Mas é bom que se diga, são frutos que o River colhe pela própria plantação de anos de equívocos. As apostas fracassadas, como em Fabbiani, Ortega, Gallardo, Rojas, Román… O trabalho de base precipitado com Lanzini, Lamela, Funes Mori, Villalva e o próprio Buonanotte, execrado por motivos ainda incompreendidos. Os trabalhos mal-sucedidos de Simeone, Astrada, Cappa, Gorosito e, finalmente, JJ Lopez.

Por último, mas não por menos, Aguilar e Passarella. Muito mais o primeiro, pela dívida astronômica com a qual deixou o clube “Millonário”. O Kaiser tentou arrumar a bagunça como pode, e teve melhores resultados no campo. Só que não pode fugir da responsabilidade que com ele explodiu. A comodidade em deixar o interino assumir, claramente, não deu certo. O dinheiro gasto em Pavone, Caruso, JM Díaz e outros mais não volta tão cedo, e a mancha na história fica para sempre.

Só que jogar a Nacional B pode ser o toque de despertar que a Promoción não foi. Hora do River deixar de ser “Gallina” para virar Fênix, tal qual Corinthians, Vasco, Juventus, Milan, Liverpool e tantos outros pelo mundo. Terão menos receitas, mais viagens, campos piores, condições de jogo mais precárias. De modo que a camisa terá de relembrar porque é grande, e a raça dos que ficarem precisa igualar, ou até superar a de hoje nos 38 jogos por vir.

Até lá, eu e o Futebol Portenho não pretendemos substituir o Superclásico. Preferimos esperar, de preferência por apenas um ano, até que ele volte num torneio que vale de verdade.

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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  • O ascenso e o descenso só acontecem uma vez por ano, Welliton. Agora teremos o Apertura, depois o Clausura, e só aí teremos times caindo e subindo

  • e como teremos clássicos na b nacional,com rosário,river,huracán,ferro carril e quem sabe gimnasia la plata,essa b nacional deve ser bem interessante.

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Rodrigo Vasconcelos

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