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Boca: sem Riquelme é melhor?

Muitos brasileiros consideraram um golpe mortal para o Boca o desfalque de Riquelme na partida contra o Fluminense. Mas os xeneizes ganharam assim mesmo. E na verdade, ao menos em termos de retrospecto isso era esperado, já que sem Román o Boca jamais perdeu ou sequer foi vazado em 2012.

Que Riquelme é o jogador mais talentoso do Boca, não há discussão. Que é o maior ídolo em atividade da torcida xeneize e um dos maiores da história do clube, ninguém irá duvidar. Mas nos últimos tempos o jogador tem sofrido com problemas físicos, e desfalcado sua equipe com certa frequência. Normalmente quem ocupa o lugar de Riquelme nesses momentos é Cristian “Pochi” Chavez.

Em 2012 isso ocorreu em cinco oportunidades. Nas cinco o Boca Juniors venceu sem ser vazado. Pelo Clausura, sem Riquelme o Boca venceu o San Martin por 1 a 0, o San Lorenzo por 2 a 0 e o Estudiantes por 3 a 0. Na Copa Argentina aplicou um 3 a 0 no Central Córdoba. A vitória contra o Flu completou o retrospecto. Para muitos, uma prova de que os xeneizes não necessitam mais de seu camisa 10.

Riquelme desempenha uma função no Boca para a qual não há substituto. É o cérebro do time, cadencia o jogo na hora certa, dá assistências como ninguém. Mas é inegável que Julio Cesar Falcioni conseguiu construir um sistema no qual sua equipe consegue atuar de forma convincente sem ele. O tão criticado “Pochi” Chavez sem dúvida é parte central disso.

Com seu estilo mais rápido e agressivo, o jogador não é exatamente um substituto para Riquelme, mas oferece uma alternativa muito interessante, em especial para os contra-ataques, quando a equipe necessita de um ritmo mais acelerado. Quem viu a brilhante partida de Pochi contra o Estudiantes, quando o Boca assumiu a liderança do Clausura, percebeu isso claramente. A dúvida é: os tricolores viram esse jogo?

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

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  • O time consegue ter uma mobilidade maior e fica menos previsível taticamente e o Chavez fez grandes partidas no Apertura 2011, o que não significa que Riquelme seja um peso morto ao Boca, muito pelo contrário. E Tiago, parabéns pelo trabalho no site, estenda isso á todos que fazem parte do blog que a três anos nos informam sobre o que acontece na Argentina, mostrando que o futebol argentino é muito além do clichê "River e Boca". Parabéns á todos!!!

  • Realmente sem o Riquelme o boca fica mais veloz,
    e com muito mais força nos contra-ataques,
    mas vale resaltar que sem o riquelme o time perde demais em qualidade de passes,
    e quando pega um time fechado na zaga, mesmo com o chavez acaba enfrentando muito problemas,
    o que não aconteceu nem com estudiantes ou fluminense, pois nesse caso quem jogou fechado foi o boca,
    e a obrigação de criar era do adversário, acho que se o jogo fosse em casa, a partida seria muito mais dificil.
    ...
    só não entendo por os dois (chavez e riquelme) não atuam juntos,
    pelo menos em casa eu acho que seria uma boa opção os dois jogarem juntos no meio,
    o Riquelme não ficaria com tanta sobrecarregado, e chavez poderia dar mais velocidade nas retomadas de bola.
    ...
    mas o importante é que o boca classificou, e se conseguir o 1°lugar do grupo,
    quero vê alguém consiguir eliminar o boca dentro da la bomboneria.

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Tiago de Melo Gomes

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