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Com drama e nervosismo, Banfield conquista seu primeiro título argentino

Para o Banfield, bastava um tropeço do Newell’s para ser o novo campeão argentino. Mas, para aumentar o drama, o Taladro não conseguiu triunfar sobre o Boca Juniors na Bombonera. Palermo, com dois gols estragaria a festa… Se não fosse a derrota do clube rosarino em seu próprio estádio. O grito de campeão finalmente saiu após 113 anos!

Fora das quatro linhas, nas arquibancadas, os torcedores do Banfield faziam uma bonita festa. O primeiro título estava muito, mas muito perto. Principalmente quando ouviram pelos rádios e pelos auto-falantes da Bombonera o gol do San Lorenzo. Nada poderia ser melhor. Mas, poderia haver o pior, como houve.

Ninguém constava com um pênalti infantil de Julio Barraza, que levantou o pé um pouco alto demais, na direção do rosto de Guillermo Marino. Para piorar, também tocou em sua mão dentro da área. Pênalti incontestável que Martín Palermo mandou para as redes, evitando o nono jogo sem marcar pelo clube. Tudo isso em dez minutos.

Aquela ‘vantagem’ não existia mais. Todavia, para perder o título, o Newell’s teria que virar o marcador, algo que não aconteceu durante a nervosa primeira etapa. Mas, só para o Banfield, já que o Boca jogava tranquilamente, com bons toques de bola, mas, também sem atacar.

Já o Banfield demonstrava um nervosismo a flor da pele. Os torcedores tentavam cantar, mas via em seus semblantes que era mais angustia do que felicidade. Não era por menos. Foram quatro impedimentos só de Santiago Silva. No fim, Erviti torturou ainda mais seus torcedores, ao errar de forma extraordinária um gol cara a cara com Abbondanzieri.

No segundo tempo, todo nervosismo do Banfield virou ansiedade. Logo nos primeiros segundos, quase saiu o gol de empate, novamente com Santiago Silva. Mas, parou ali. A ansiedade começou a misturar-se com o nervosismo. E assim saiu o segundo gol do Boca Juniors.

Após uma troca de passes na linha de fundo e cruzamento na área ele, sempre ele, Martin Palermo colocou para o fundo das redes. E incrivelmente como havia feito nos treinamentos: marcando um de pênalti e outro de jogada. Um jejum quebrado na última partida do campeonato, colocando água no chopp do Banfield.

Sim, água no chopp porque minutos depois, o desespero que se via no semblante dos torcedores do Banfield transformou-se em felicidade. Bordagaray, de novo, marcou para o San Lorenzo, deixando a situação do Newell’s totalmente impossível: marcar três gols em 20 minutos.

A festa já estava feita. No Sul de Buenos Aires, no Florencio Sola, onde vários torcedores assistiam à partida através de um telão estavam extasiados. É o primeiro título do clube, que já não agüentava ficar mais um ano com o grito, junto com o choro de felicidade engasgado. Foram 113 anos para isso. Para viver um drama que valia mais do que a pena. Banfield: Campeão do Torneio Apertura Argentino 2009.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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