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Há 15 anos, o Independiente perdia sua alma: José Omar Pastoriza

Entre os expulsos Trossero e Larrosa, comemorando o título que mais celebrou na vida: o dramático Torneio Nacional de 1977, conquistado nos minutos finais na casa adversária

Pode-se dizer que o Racing vendeu a alma ao Diablo, apelido do rival Independiente. Pelo que veio a curto e longo prazo, faria sentido mesmo. O ex-meia José Omar Pastoriza, que sabia destruir as jogadas adversárias e também armar as próprias com categoria, não foi um jogador fora de série como Ricardo Bochini, indiscutivelmente o maior ídolo do time vermelho de Avellaneda (entenda). Mas talvez foi quem mais se personificou com o clube. Foi um dos poucos casos de pessoas campeoníssimas tanto como jogador como treinador na mesma equipe, ainda que também passasse pelo Racing como treinador – é um dos dois únicos vira-casacas em Avellaneda nas duas funções. Mas foi ainda como técnico dos Rojos que, por volta das 4 e meia da manhã de 2 de agosto de 2004, seu coração (vermelho) parou de bater.

Uma quase tragédia o levou à dupla de Avellaneda. Nascido em Rosario em 23 de maio de 1943, começou em 1957 nas inferiores do clube pelo qual torcia, o Rosario Central, com a renda ainda vindo como eletromecânico de uma ferroviária. Profissionalizou-se como jogador em outro clube de sua província natal de Santa Fe, o Colón, em 1961. Ali, jogando ainda na terceira divisão, na qual logrou acesso na edição de 1963, foi descoberto por Néstor Rossi, ex-xerife do River e seleção nos anos 40 e 50. Ao ir treinar o River, pediu a contratação do meia. Era 1965 e Pastoriza ia a Núñez assinar o contrato quando acidentou-se na moto que dirigia e quebrou seis costelas. Quando ele se recuperou, Rossi já treinava o Racing e voltou a pedir por El Pato. Naquele ano de 1965, o Independiente se sagraria pela segunda vez, seguida, o vencedor da Libertadores. Foi o primeiro clube argentino a vencê-la.O Racing responderia em breve: germinava o elenco que, já sob outro técnico, seu ex-atacante Juan José Pizzuti, venceria o torneio em 1967 e iria além, sendo o primeiro time do país a ganhar o Mundial.

Mas antes de chegar lá, La Academia encantava em casa, passando 39 jogos seguidamente invictos entre 1965 e 1966. Até hoje, só outro elenco conseguiu mais no campeonato argentino profissional: o super Boca de Carlos Bianchi da virada do século parou nos 40 em 1999. Pastoriza jogou 17 jogos da série do Racing, e foi por conta desse desempenho que ele terminaria lembrado de última hora para a Copa do Mundo de 1966; sem ter jogado as eliminatórias, onde o treinador foi José María Minella, El Pato acabou chamado por quem comandaria a Albiceleste na Inglaterra, Juan Carlos Lorenzo. Estreou em 17 de junho de 1966, em 2-0 não-oficial contra o combinado de Copenhague e foi usado também em 29 de junho, no último amistoso pré-Copa, também não-oficial – 3-1 no Krems, pequeno clube austríaco. Foi exatamente na Copa que Pastoriza receberia o apelido de Pato, em referência a seu andar.

Fotos estranhas: Pastoriza no Racing (à sua frente na segunda imagem, César Menotti). Defendeu decentemente o clube como jogador e técnico (onde é o último sentado)

Ele não chegou a ser usado no Mundial, mas receberia elogios: “Não lembro de outro reserva tão torcedor dos titulares”, declararia Roberto Perfumo. A grande tristeza veio na volta, ao saber da morte dos dois avós que haviam lhe criado. Quando embarcara à Europa, era jogador do Independiente havia dois meses. A despeito do bom desempenho em campo, as finanças do Racing já não iam bem e exigiam uma boa venda. O medalhão originalmente pensado pela diretoria fora o próprio Perfumo. Mas então o rival propusera cerca de 12 milhões de pesos por Pastoriza mais a transferência de Miguel Mori. O troca-troca pareceu bom ao Racing: Mori virou titular no rival, onde foi campeão argentino naquele 1966 e esteve nos títulos internacionais de 1967, sendo o único campeão da Libertadores como jogador pela dupla de Avellaneda.

Mas, ao menos na poesia, o sucesso a curto prazo proporcionado cobrou preço alto. Após Pizzuti deixar o Racing para assumir a seleção em 1969, o clube logo se acostumou a décadas de mediocridade. Um sinal foi dado ainda em 1967: o Independiente, treinado pelo brasileiro Osvaldo Brandão, foi campeão argentino com um recorde ainda não batido de aproveitamento, cerca de 87%. A taça foi sacramentada em um Clásico de Avellaneda vencido por 4-0, justamente no primeiro encontro entre os rivais após a Academia ter sido a primeira equipe argentina campeã mundial (o que rendera homenagens solenes do próprio rival), no mês anterior – tendo assim a faixa contundentemente carimbada. Pastoriza estava lá, assim como em outro clássico decisivo de última rodada, novamente favorável aos rojos: eles foram campeões em 1970 com um 3-2 de virada no arquirrival, anotando o gol do título nos dez minutos finais.

Foi em meio ao título de 1970 que Pastoriza voltou a ser chamado pela seleção – inicialmente, para outros dois amistosos não-oficiais, contra a seleção cordobesa (3-1) e o Godoy Cruz (derrota de 3-2), ambos em fevereiro. Assim, embora houvesse ido à Copa de 1966, El Pato só veio a estrear oficialmente pela Albiceleste em março de 1970. Foi na histórica vitória da Argentina dentro do Beira-Rio sobre o Brasil futuramente tricampeão mundial. A Argentina, ironicamente, não iria à Copa do México, na única vez em que foi eliminada em campo. Em 1971, Pastoriza logrou novo título com o Independiente, também com drama: na rodada final, esperava-se que a taça ficasse com o líder Vélez, que jogava em casa contra um irregular Huracán. Mas o Fortín conseguiu perder de virada e terminou ultrapassado pelo Rojo, que bateu por 2-0 o Gimnasia LP. Foi de Pastoriza o segundo gol.

À esquerda, o simbólico troca-troca com Miguel Ángel Mori. O negócio foi bom a todos os lados, mas muito melhor ao Independiente

Ele, que não costumava marcar mais de dois gols ao ano, fizera treze na campanha, ótimos números para um volante, incluindo dois no sonoro 11-1 no Platense e o da vitória simples no Clásico de Avellaneda, além de outro em triunfo por 2-1 sobre o próprio Vélez na casa adversária, já na reta final. E foi em meio àquele título do Metropolitano de 1971 que Pastoriza teve sua maior assiduidade na seleção, com nove partidas em 1971: uma não-oficial em maio, contra a seleção gaúcha (1-1 no Beira-Rio) e as outras entre julho e agosto, válidas por troféus binacionais contra Paraguai (Copa Chevallier Boutell), Uruguai (Copa Lipton), Brasil (Copa Roca) e Chile (Copa Carlos Dittborn). Mas foi aquela conquista que, sobretudo, iniciaria um domínio jamais visto na Libertadores. Não que a vaga estivesse garantida; até então, as vagas argentinas eram destinadas ao campeão e ao vice do Torneio Nacional, mas exatamente para 1971 isso foi relaxado, programando-se um tira-teima entre o campeão do Metro e o vice do Nacional, o San Lorenzo. Em 29 de dezembro de 1971, eles se encontraram na cancha neutra do Boca. E deu Independiente por 1-0, gol de Pastoriza.

Não que o ambiente interno fosse um mar de rosas; El Pato era entusiasta dos direitos dos jogadores, chegando a presidente do sindicato de categoria. Já havia liderado até greve naquele mesmo ano de 1971. Bem longe da milionária realidade atual, os jogadores argentinos na época não tinham direitos trabalhistas como a fixação de salário mínimo, férias normais, indenizações por acidente de trabalho e outros, e eram impedidos pela FIFA de recorrerem à justiça comum por salários atrasados; o próprio Pastoriza, para não depender exclusivamente do esporte, abriria em dezembro uma pizzaria no bairro de La Boca (a “La Gata Alegría”, que viraria reduto comum de festejos dos colegas; a cadeia ainda existe e, humilde, o próprio treinador fazia as vezes de garçom dos comandados). Os dirigentes de início não cederam e realizaram jogos com garotos da base, mas o público sumiu dos estádios e a ditadura de Lanusse, temerosa por outras greves no país, resolveu intervir – foi nesse ambiente que outro líder, justamente Perfumo, também deixou o país, indo ao Cruzeiro.

Pastoriza também iria embora, mas aguardaria mais um ano. Paciência premiada pela presença no primeiro título do Rojo na inigualada série de quatro conquistas seguidas do clube na Libertadores. E como peça-chave principalmente na primeira fase, onde o Rosario Central era o grande concorrente pela única vaga, em um regulamento duríssimo. O volante marcou nos dois jogos, 2-2 em Arroyito e 2-0 em Avellaneda, onde anotou dois golaços indefensáveis de falta. Uma fase iluminada que chegou a render registros de sete embaixadas seguidas com a cabeça antes de Kerlon se resumir a essa jogada. Ele ainda anotou outro gol, em 2-0 sobre o Atlético Nacional. Não foi tão vistoso nas semifinais, com os diários reconhecendo sua atuação apagada como todo o time na única derrota na campanha, na visita ao São Paulo. Mas na final, se não marcou gols, teve atuação elogiada especialmente no jogo de ida, em Lima, conduzindo os colegas em um 0-0 com o Universitario, terminado sob aplausos dos peruanos – afinal, o Rojo jogava também sob a pressão extra de desfazer a péssima imagem dos argentinos deixada pelo Boca, cujo duelo com o Sporting Cristal no ano anterior terminara com dezoito expulsos.

As outras camisas da carreira de jogador de Pastoriza no futebol profissional: Colón, seleção (no Maracanã) e no Monaco, entre os compadres Onnis e Tarabini, também argentinos

No tetra seguido do Independiente, aquela foi a única volta olímpia que os jogadores puderam dar em seu próprio estádio, ao vencerem por 2-1 na volta. O título, além de colocar o time já no triangular-semifinal a cada edição seguidamente vencida, encurtando-lhe o caminho a novas finais, renderia mais oito partidas do Pato pela seleção. Foram válidas pela Taça Independência, uma Minicopa organizada pela CBD pelos 150 anos do grito do Ipiranga; no 1-0 sobre a União Soviética, o volante marcou seu único gol pela Argentina. Foi sondado pelo Palmeiras, que acabou trazendo outro jogador da mesma posição – Norberto Madurga, do Boca. Mas, após o Mundial Interclubes com o Ajax, em setembro, fechou com o Monaco, formando no Principado uma colônia argentina com Aníbal Tarabini (ex-colega de Independiente) e Delio Onnis, o maior artilheiro dos monegascos e do campeonato francês em um ambiente sem o glamour dos cassinos vizinhos: o time estava na segunda divisão. O acesso veio, mas, ainda que se chegasse à final da Copa da França na temporada 1973-74, a equipe escapou do rebaixamento nos critérios de desempate e Pastoriza, já veterano, terminou não lembrado para a Copa do Mundo.

Pastoriza deixou o Monaco em 1976, ano em que ainda entraria em campo em outro amistoso não-oficial da Argentina, agora como adversário pelo combinado do resto do país, derrotado por 4-0 em 8 de julho. Oito dias depois, o sonho do penta do Independiente na Libertadores terminou, derrotado na semifinal pelo River. Um ciclo terminava, outro começava: em 25 de julho, El Pato fez sua estreia como treinador, assumindo o antigo clube, e ainda em 1976 pôde ser campeão da Copa Interamericana ainda válida por 1975. Sem frentes continentais para o ano de 1977, o time, que não exercia em casa o mesmo domínio, focou nas taças argentinas. Em jejum desde aquela conquista de 1971, a pendência foi resolvida com o Nacional de 1977, na mais épica final argentina: contra o bom time do Talleres, os Rojos foram campeões com oito jogadores em campo marcando o gol do título no final do jogo, fora de casa. Pastoriza já disse que nunca comemorou gol como aquele e tivera papel fundamental para aquilo: os gols adversários e as expulsões vieram de um juiz tendencioso ao adversário e outros diablos, revoltados, queriam deixar o campo, mas foram demovidos da ideia pelo treinador.

“Sejam homens, joguem e ganhem”, bradou El Pato aos comandados que restaram. Eduardo Sacheri, escritor do livro que originou O Segredo de seus Olhos (onde o vilão é um torcedor do Racing), Oscar de filme estrangeiro em 2010, agradeceria-lhe: “obrigado, senhor Pastoriza. Por esse Nacional 77 que me deu a oportunidade de dar a última volta olímpica com meu velho, enquanto ele dava seus últimos dribles na morte”. A própria torcida roja inteira já lhe gritava Gracias Señor Pastoriza em 1979, ano em que deixou o clube após não se classificar às quartas-de-final do torneio nacional por não usar Bochini após o jogador faltar quatro treinos na semana. Pastoriza já havia mesmo ganhando muito (havia sido campeão argentino em 1978 também). Mas o melhor ainda viria. Antes, treinou justo o Talleres em 1980 (3º colocado) e voltou ao Racing entre 1981-82. Além dele, só outro trabalharia na dupla como jogador e técnico: Carlos Fren, jogador rojo de 1978-81 e breve técnico em 1991 em dupla com Bochini, e atleta blanquiceleste em 1982 e breve técnico em 1995 em dupla com Maradona.

Outra imagem que reflete a epopeia do Nacional de 1977, vencido sobre o Talleres. Curiosamente, o time cordobês foi outro onde Pastoriza teve diversos ciclos como técnico, só abaixo do Independiente

O elenco da Academia, curiosamente, estava repleto de antigos personagens do Independiene setentista, casos de Miguel Ángel Giachello, Carlos Gay e Osvaldo Pérez, cumprindo um bom papel no Metropolitano de 1981 (a um ponto do pódio, ainda que incapaz de competir com o disparado Boca reforçado com o auge de Maradona). Porém, a equipe fraquejou no Nacional de 1981, terminando na lanterna do grupo, e o treinador não seguiu blanquiceleste para o ano seguinte. Treinado por Nito Veiga, o Independiente, em paralelo, emendou dois vices seguidos para o Estudiantes, no Nacional de 1982 e no Metropolitano de 1983, não se desatolando de um jejum pendente desde o título do Nacional de 1978, ainda sob Pastoriza. Assim, a parceria vencedora entre o Rojo e o Pato foi retomada em junho de 1983 e colheu frutos imediatos. Em dezembro, a equipe era, por um ponto, campeã do Metropolitano de 1983. Título garantido de modo sádico, vencendo por 2-0 o rebaixado arquirrival.

Como se não bastasse, enquanto o Racing frequentava a segunda divisão, o vizinho, após nove anos, voltou a ser campeão continental. Na sétima e também a última Libertadores do Independiente, o grande susto envolveu seu treinador, que sofreu um infarto ao longo do triangular-semifinal, mas estava recuperado a ponto de ver pessoalmente o tira-teima entre Grêmio e Flamengo que definiria o outro finalista. Detectou que, se anulasse Renato Gaúcho, a taça estava assegurada, não repetindo o erro do Hamburgo no Mundial do ano anterior (os alemães preocuparam-se mais com o veterano Paulo Cézar Caju, mais famosos). Seu time, porém, não se limitou a jogar retrancado e proporcionou mesmo no Olímpico um baile reconhecido pelos próprios brasileiros, que perderam em casa por um 1-0 enganoso: sofreram ainda três bolas na trave. Falamos no sábado passado, quando a conquista fez 35 anos. Pastoriza virou ali o último a vencer a Libertadores como jogador e como técnico no século XX.

Em dezembro, o Independiente bateu o Liverpool pelo Mundial, dominando amplamente o duelo temperado pelo fator Malvinas e tornando-se o argentino com mais títulos também nesse troféu, posto que seria isolado seu até 2000 e compartilhado até 2003. O Fluminense, que em paralelo sagrara-se campeão brasileiro, resolveu então contratar Pastoriza para a Libertadores de 1985. Mas em menos de um mês, ainda em junho (o Flu estrearia ao fim de julho em La Copa), o argentino pediu demissão, irritado com o que julgava falta de apoio dos dirigentes. E em 25 de agosto reestreava no comando técnico do Independiente. Diversos meios da internet citam que El Pato chegou a treinar o Grêmio em 1985, mas isso não é verdadeiro: quem checar fontes da época verá que o clube gaúcho passou o ano inteiro sob Rubens Minelli. O terceiro ciclo nos rojos já não teve títulos e em 1988 Pastoriza foi ao Boca, que atravessava séria crise desde o início da década.

Um típico churrasco regularmente promovido pelo Pastoriza treinador e em seu último trabalho de relevo, no Boca

O último título do Boca havia sido o argentino de 1981 com o reforço Maradona, mas a dinheirama para trazer o astro e a crise financeira acentuada pela Guerra das Malvinas deixaram os auriazuis no vermelho pelo resto da década. Nova taça argentina só viria em 1992. E foi sob Pastoriza que os xeneizes começaram seu melhor momento na crise, em 1989: embora ele aposentasse o histórico goleiro quarentão Hugo Gatti (colega dele na Copa de 1966!), bancando Carlos Navarro Montoya, os auriazuis foram vices nacionais. Foi o último bom do trabalho em que El Pato, que trouxera para o clube outras figuras rojas, o ponta Alejandro Barberón e, sobretudo, o volante Claudio Marangoni. Mas o treinador preferiu desligar-se em junho e não ficou para a revanche diante do ex-clube, derrotado em novembro na final da Supercopa.

Pastoriza voltou rapidamente ao Independiente entre 1990-91, treinou o Atlético de Madrid em 1992 (explosivo, durou pouco, após insultar o presidente Jesús Gil nos vestiários) e em 1993 foi rebaixado com o Talleres, no primeiro descenso do outrora poderoso time albiazul de Córdoba. Após passagens por Bolívar, Argentinos Jrs e seleção de El Salvador, trabalhou de novo no Talleres em 1998, na temporada em que La T voltou à elite, mas o técnico do jogo do acesso já era Ricardo Gareca. El Pato depois treinou a ainda incipiente Venezuela – era ele quem dirigia a Vinotinto naquele 7-0 para o Brasil com célebre gol de Ronaldinho Gaúcho. Deixou o cargo em 2001, com a seleção ainda sendo o saco de pancadas das eliminatórias. Após passar pelo Chacarita em 2002 e novamente pelo Talleres, em 2003, voltou à velha casa em fevereiro de 2004, quando o Independiente retornava às disputas da Libertadores após nove anos.

Porém, em sinal dos tempos, o outrora Rey de Copas foi eliminado nos play-offs da primeira fase pelo São Caetano, com Pastoriza preferindo não aproveitar o impúbere Sergio Agüero, desde 2003 no time adulto. Embora já meio antiquado (era daqueles treinadores boleirões, entrosando o grupo em churrascos que promovia), a ponto de pedir depois o insólito reforço do brasileiro Sérgio Manoel, sua morte, ainda mais em pleno exercício do cargo, foi bastante sentida em Avellaneda. A camisa de Jairo Castillo passou até a levar a palavra Pato no peito após o colombiano cansar de levar amarelos ao celebrar gols levantando-a para exibir outra por baixo, com homenagens ao treinador. Mas talvez o episódio que melhor o personificou no Independiente veio em 1973, já no Monaco. Ao saber que os ex-colegas enfim conseguiram o Mundial Interclubes, El Pato saiu a comemorar com a camiseta roja pelas ruas de Monte Carlo…

Servindo em sua pizzaria seus jogadores após o título do Nacional de 1978. À frente da seleção da Venezuela. E em seus últimos dias: faleceu como (outra vez) técnico do Independiente

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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