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River joga mal e perde para o Atlanta

Cavenaghi lamenta pênalti perdido ainda no primeiro tempo

Desde Buenos Aires – Em um jogo emocionante, o River Plate caiu diante do Atlanta em Liniers por 1 a 0. Com a derrota, a equipe de Nuñez vê o Quilmes encostar na segunda posição com os mesmos 52 pontos e pode deixar o Instituto abrir 6 de vantagem. A equipe de Córdoba jogará nesta terça-feira contra o Gimnasia em La Plata. Já o time de Villa Crespo ganha forças na luta para manter-se na B Nacional.

O jogo começou tenso e com certo nível de violência entre os defensores do River e a dupla de ataque do Atlanta. Os irmãos Soriano, Andrés e Abel, se estranharam entre socos e tapas primeiro com Ramiro Funes Mori e depois com Maidana.

A primeira boa chegada veio através de Ocampos que invadiu a área e tentou limpar o defensor antes de chutar. Foi facilmente interceptado e desarmado, Almeyda pediu para que o jovem arriscasse antes da defesa se aproximar. O Atlanta respondeu de longe e rasteiro para a fácil defesa de Vega.

Conforme o tempo passava as limitações da equipe de Caballito mostravam-se superiores às qualidades. Custava muito acertar uma sequência de passes e todas jogadas terminavam em imprecisos cruzamentos. Enquanto isso o River tocava bem a bola procurando encontrar o atalho certo até o gol. Ia provando diversos caminhos, sempre com Domínguez e um muito participativo Sanchéz.

Cavenaghi foi outro que teve boa oportunidade de abrir o placar ao tentar encobrir o goleiro depois de uma cobrança de falta rápida de Chori. No minuto seguinte uma boa trama de passes envolveu toda a defesa do Atlanta e terminou com uma perigosa cabeçada de Trezeguet por cima do travessão.

Mesmo dominando o jogo, o Millonario parecia um pouco nervoso. Com o passar do tempo a marcação do Atlanta se ajustou sobre Chori Domínguez e o anulou. Foi aí quando Fernando Lorefice acertou um chute de rara felicidade de fora da área e acertou o ângulo superior esquerdo. Indefensável. Atlanta na frente, 1 a 0 e a partida mudou completamente de direção. De imediato, já era possível escutar murmúrios e chiados por parte da torcida do River. Almeyda estava incômodo, mas sem saber exatamente o que fazer. E se Vega não saísse nos pés de Soriano aos 39 minutos, a coisa poderia ser pior.

Mas nada está tão ruim que não possa piorar. Trezeguet caiu dentro da área e o árbitro Fernando Echenique apitou. Pênalti mal marcado e o capitão Cavenahi foi para a cobrança. Tomou distância, correu e isolou por cima, longe do gol de Pellegrino. Lá atrás, no fundo da defesa do River, Funes Mori seguia distribuindo cotoveladas nos irmãos Soriano, indícios que as coisas poderiam terminar mal.

E a máxima novamente se repetiu e as coisas terminaram mal. Para o defensor, que foi expulso ao cometer uma falha bizarra e deixar Soriano escapar sozinho cara a cara com Vega. Precisou parar o atacante com falta e por ser o último homem, foi expulso direto. Na cobrança, uma bomba a meia altura que Vega salvou espalmando para o meio da área. A defesa conseguiu afastar.

Ramiro e Soriano: briga que gerou expulsão do defensor

Final de um primeiro tempo movimentado. Tudo parecia inclinado para o River no começo do jogo, mas o gol e a expulsão deixaram a equipe nervosa. A pausa viria bem para Almeyda que viu seus jogadores terminarem totalmente desajustados e perdidos em campo. Muito trabalho para o treinador no intervalo.

Na volta Aguirre entrou no lugar de Domínguez que vinha sendo vaiado pela torcida. Em sua primeira participação, o volante deu a tônica da decisão do treinador ao tirar um armador. Recebeu a bola na defesa Millonaria e tentou ligar o ataque com um chutão que cruzou todo o campo sem ser conduzida por ninguém. Sem nenhum efeito.

Logo depois Villalba entrou no lugar de Ocampos. O Atlanta aproveitava a vantagem numérica e Mancinelli lançado dentro da área, chegou batendo de primeira. A bola foi para a rede, mas pelo lado de fora.

Novamente Aguirre tenta ligar defesa e ataque através de lançamentos desde o meio de campo. A decisão de Almeyda por reforçar o setor defensivo depois da expulsão, custava caro à criatividade. No seu terceiro lançamento seguido, finalmente o volante conseguiu acertar um passe que Cavenaghi dominou no peito e tentou dar um toque para encobrir Pellegrino, sem sucesso.

Então o River fez sua escolha na partida. Como não conseguia na base da qualidade e talento, foi na raça e vontade. Sabia que ao correr dessa forma ao ataque, deixaria espaços que poderiam ser aproveitados pelo Atlanta. Villalba roubou uma bola dentro da área de Vega, Cavenaghi correu perseguindo seu marcador até o meio de campo e com um carrinho, desarmou aquele que de costume é o seu marcador. Na sequência da jogada, Sanchéz, o melhor em campo, chutou uma bola que passou raspando a trave.

Rogelio Funes Mori entrou no lugar de Vella numa última tentativa desde o banco de reservas. Logo depois, falta para o Atlanta para Ramirez cobrar forte. De forma rasteira a bola passou ao lado de Vega que só acompanhou com os olhos. As oportunidades de aumentar o placar surgiam e eram desperdiçadas na mesma quantidade.

Na melhor chance de empatar no segundo tempo, Rogelio Funes Mori ganhou a sobra e emendou uma bomba que explodiu no travessão. No contra golpe, Ramirez colocou no canto um chute com efeito que Vega se esticou todo para salvar. No escanteio a bola sobra limpa para Soriano na risca da área chutar forte. Outra que explode no travessão. O Atlanta tinha o jogo nas mãos, mas não conseguia finalizá-lo.

A partir daí, foi tocar a bola e esperar o tempo passar. O desespero do rival fazia com que o Atlanta tocasse mais a bola e valorizasse toda jogada parada. Final de jogo e um domingo espetacular para os torcedores de Villa Crespo que agora enfrentam Instituto e Gimnasia.

Já para Almeyda e o lado Millonario a situação é preocupante. Não somente pela derrota numa partida que a equipe jogou mal, mas pelo que vinha apresentando no torneio. Está claramente abaixo do nível técnico do Instituto e muito igual ao do Quilmes. Agora virão Huracán e o tudo ou nada com o Instituto, ambos em casa.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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  • Bem que o Carlos Roldán avisou no Paso á paso, do TYC Sports da semana passada: "Vamos hacer historia, vamos ganar de River..." e o repórter riu... E o mesmo foi entrevista-lo hoje e lembrou sobre o que ele havia falado. Mas ao jogo, o Almeyda tomou um baile tático de Roldán, aliás, o Almeyda não passa nenhuma noção sobre o que está fazendo na área técnica. No torneio de Verão, no Superclássico ele perdeu o Chori Dominguez logo na primeira etapa e foi modificar apenas aos 25 da segunda etapa, sendo que o River não via a cor da bola... Em muitas partidas, ele me parece perdido, sem saber o que fazer direito... As individualidades estão levando o time nas costas...

  • Será que o Almeyda não enxerga que o time está sem consistência no meio campo. O que falta acontecer para que ele volte com o Cirigliano ou Aguirre, coloque o Sanchez na lateral direita ou o Ocampos no banco, porque acho que andaram enchendo demais a bola dele. E vamos sofrendo!!!!!!!!!!

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Leonardo Ferro

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